Mato Grosso do Sul não produz nem 1% do arroz colhido por produtores em RS

FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
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[Texto: Suzi Jarde e Julisandy Ferreira, Jornal O Estado de MS]

Nos últimos dias parte dos brasileiros tomaram conhecimento de que grande parte do arroz que ele consome é produzido no estado gaúcho (70%). Estatística que fez o consumidor sul-mato-grossense se perguntar: e no estado quanto é produzido? O economista do SRCG (Sindicato Rural de Campo Grande), Stanley Barbosa esclareceu que os produtores do nosso estado produz uma quantia muito pouca se comparada ao Rio Grande do Sul.

“Menos de 1%, para ser mais exato 0,7%. Na última safra a produção do estado foi de apenas 48 mil toneladas. Esse ano deve ser de aproximadamente 64 mil toneladas, pelo menos são essas as estimativas da Conab”, comentou o especialista sobre a dimensão do volume produzido em Mato Grosso do Sul.

Apesar da pouca produção do grão no estado de MS, a AMAS (Associação Sul-MatoGrossense de Supermercados) esclarece que não há risco de desabastecimento de produtos vindos do Rio Grande do Sul, entre eles o arroz, portanto não há necessidade de o consumidor estocar produtos. “Apesar de a logística ainda ser uma questão importante, não há falta de mercadoria. E, para não deixar faltar produtos até a reposição, os principais atacadistas não estão vendendo em grandes volumes para os comerciantes. Pontualmente, alguns estabelecimentos menores podem estar limitando a venda ao consumidor, como forma de precaução para que o produto não falte”, explica a entidade em nota divulgada a imprensa.

Para o economista, Barbosa, essa é uma boa notícia diante dessa triste realidade que estamos vendo no Rio Grande do Sul. “Pois os impactos esperados de uma escassez de alimentos é uma situação que poderia levar a impactos imediatos nas finanças das famílias.

“Os atacadistas acertam em dosar as vendas, pois além de evitar a escassez e o consequente aumento nos preços dos alimentos, também impede que famílias gastem, muitas vezes sem lógica, mais do que é necessário para atender às suas necessidades mais imediatas. Vimos isso acontecer a poucos anos, onde pessoas corriam aos supermercados para comprar, por exemplo, estoques de papel higiênico, um produto que pouco agregaria no combate a pandemia, mas que de alguma forma, ainda não explicada, era tido como um bem a ser estocado aos montes. Em tempos de calamidade, esse comportamento menos racional, inerente a todos nós, tende a se manifestar com mais intensidade. Daí a necessidade de organizar a distribuição desses recursos, sobretudo recursos básicos como os alimentos”, avaliou.

Liberação de importação

Para o enfrentamento das consequências sociais e econômicas decorrentes das enchentes no estado do Rio Grande do Sul, o Governo Federal publicou uma medida provisória autorizando, em caráter excepcional, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a importar até um milhão de toneladas de arroz beneficiado ou em casca para recomposição dos estoques públicos.

A decisão foi tomada diante do alto volume de chuvas na região Sul, afetando a produção gaúcha, responsável por cerca de 68 % do arroz produzido no Brasil. O objetivo é evitar especulação financeira e estabilizar o preço do produto nos mercados de todo o País.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou que a iniciativa visa evitar alta nos preços e que o arroz importado não concorrerá com os agricultores brasileiros, pois o produto comprado no comércio externo deve ser repassado apenas para pequenos mercados. “Neste momento, a medida vem para evitar qualquer especulação com o preço do arroz. Também já conversei com os produtores para deixar claro que não é para concorrer com o nosso arroz, até porque os produtores já têm para suprir a demanda nacional, porém, tem dificuldade logística. Com a dificuldade logística para abastecer, vem a especulação”, explicou Fávaro. “Não queremos qualquer peso no bolso do brasileiro. Queremos estabilidade e comida na mesa”, completou.

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