Após dez dias de buscas, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira e Oseney da Costa de Oliveira, confessaram a participação no assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos desde o dia 5 de junho na região do Vale do Javari, segunda maior terra indígena do país, localizada na Amazônia.
Informações da Polícia Federal, divulgadas pelo G1, apontam que Burno e Dom foram assassinados e tiveram seus corpos queimados e enterrados. Ainda não se sabe a motivação do crime, mas a polícia investiga se existe relação com a pesca ilegal na região.
No último domingo (12), bombeiros encontraram uma mochila com notebook e objetos pessoais do indigenista e do jornalista. Os itens estavam submersos em uma área às margens do rio Itaquaí.
O material estava próximo da casa de Amarildo Costa de Oliveira, preso no dia 7 de junho suspeito de envolvimento no desaparecimento. O pescador, conhecido como “Pelado” foi preso em flagrante por posse de uma pequena quantidade de drogas e munição de uso restrito. Ele passou por audiência de custódia e teve a prisão temporária decretada.
Após a prisão, “Pelado” indicou às autoridades o local em que os corpos estavam enterrados e a localização da lancha em que viajavam. No local, os policiais encontraram restos humanos que foram encaminhados a perícia. O barco de Amarildo também foi periciado e foram encontrados vestígios de sangue, mas o material passa por uma análise com prazo de 30 dias para concluir se tem origem humana ou animal.
Os policiais investigam ainda a possível participação de um terceiro suspeito de envolvimento no crime.
Corpos encontrados
No dia 13 de junho, a esposa do jornalista britânico Dom Phillips, Alessandra Sampaio, havia comunicado ao jornalista André Trigueiro que os corpos de seu marido e do indigenista Bruno Pereira tinham sido encontrados. A informação foi divulgada por meio das redes sociais do jornalista.
A notícia gerou repercussão internacional, contudo, no dia seguinte (14), a embaixada brasileira no Reino Unido encaminhou um pedido de desculpas à família do jornalista britânico Dom Phillips por informar erroneamente que o corpo dele e do indigenista haviam sido encontrados.
“Estamos profundamente sentidos que a Embaixada tenha passado uma informação à família ontem que não se provou correta”, diz trecho da mensagem divulgada pelo jornal britânico The Guardian.
Desaparecimento
Dom Phillips e Bruno Pereira foram vistos pela última vez no dia 5 de junho na comunidade São Rafael. Após sair de lá, eles partiram em direção a Atalaia do Norte, mas não chegaram ao destino. Os dois realizavam expedições juntos na região desde 2018, Dom tinha o objetivo de visitar o local e fazer entrevistas com indígenas.
De acordo a Unijava (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte por volta de 9h da manhã para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco, o que não ocorreu. Na tarde do dia 6 de junho, uma primeira equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca dos desaparecidos, mas não os encontrou.
Acesse também as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram.