Idosos lideram internações por COVID-19 há 17 dias na Capital

Valentin Manieri
Valentin Manieri

Crescimento na taxa de contágio acendeu o alerta sobre a necessidade de aplicação da terceira dose de vacina

Após período de queda e estabilidade, idosos com mais de 60 anos voltaram ao protagonismo negativo e são maioria entre pacientes internados com COVID-19 em Campo Grande. Conforme dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), apesar da quantidade geral de internações cair, desde o dia 2 de agosto o grupo da terceira idade lidera a lista e concentra o maior número de pessoas que precisaram ser transferidas para uma unidade de saúde.

Os números mostram que, após meses, a primeira vez em que idosos superaram outras faixas etárias foi no dia 27 de julho. Das 352 pessoas internadas na Capital, 130 tinham mais de 60 anos. Completando a lista, 128 internados com idades entre 41 e 60 anos, 90 na faixa entre 21 e 40 anos e apenas 4 até 20 anos.

Dois dias depois, o índice caiu sutilmente e, pela diferença de apenas uma internação, o grupo dos idosos voltou à segunda posição no ranking. No entanto, desde o dia 2 de agosto o cenário instalado na Capital é totalmente desfavorável ao grupo da terceira idade, que desponta como o que mais ocupa os leitos disponíveis para tratamento da COVID-19.

No dia 2, eram 337 internados, sendo que 130 tinham mais de 60 anos, 122 entre 41 e 60, 73 entre 21 e 40 e apenas um abaixo de 20 anos. Em 4 de agosto, dois dias depois, o número de idosos internados aumentou em 11, e foi para 144.

Já no dia 9 de agosto a diferença entre o primeiro e segundo colocados do ranking chegou a 49 internações. Enquanto 139 pessoas da terceira idade estavam em uma unidade de saúde, pessoas entre 41 e 60 anos concentravam 90 pacientes. Conforme o último boletim divulgado pela Sesau, do total de pessoas internadas, pessoas com 60 anos ou mais representavam 49%.

Revacinação

Os dados sobre o comportamento da pandemia em Campo Grande dão força à recente discussão sobre a aplicação da terceira dose da vacina contra a COVID-19 em idosos, segundo grupo a receber o imunizante desde que a vacinação começou, em janeiro deste ano.

A medida é amplamente defendida pelo secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, que já declarou ser favorável a que pessoas com 60 anos ou mais tenham preferência, inclusive, em relação aos adolescentes, que já começaram a receber as doses na Capital.

Na terça-feira (17), a SES (Secretaria de Estado de Saúde) encaminhou pedido de vacinas ao Ministério da Saúde para fazer a revacinação dos idosos. Segundo o Estado, a imunização do grupo deve acontecer mesmo sem o envio das doses especiais. (Clayton Neves e Mariana Ostemberg)

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