Hospitais particulares registram queda de 10% na taxa de ocupação de leitos de UTI

Cidades não registram mortes por COVID em uma semana
Reprodução/AFP

Após o pico da doença em abril deste ano, vacinação e isolamento amenizam a superlotação

O mês de maio trouxe consigo uma redução de pelo menos 10% nas taxas de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva. Segundo balanço divulgado
ontem (10) pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), dos 458 leitos de UTI COVID adultos disponíveis na rede pública, 453 estão ocupados, o que representa 94% do total. Já na rede privada, dos 147 disponíveis, 126 estão em uso. Redução também foi sentida no número de mortes, uma vez que o Estado contabilizou 16 mortes, mesmo número registrado no dia 2 de fevereiro deste ano, quando Mato Grosso do Sul alcançou a marca de 2.937 vidas
perdidas para a doença.

Comparados aos primeiros dias de abril, os números apresentaram queda de mais de 10%. No interior do Estado, a taxa obtida nessa segunda-feira (10) foi de 95%; em Dourados 95%, 94% em Três Lagoas e de 84% em Corumbá. Segundo o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, a redução pode ser atribuída ao início da vacinação e ao decreto do governo do Estado que determinou medidas restritivas mais duras.

“Nesse período conseguimos zerar a fila de pacientes aguardando em UPAs e houve uma ligeira melhora no número de leitos disponíveis, no entanto, foi um período em que houve um isolamento maior. Agora, nossa preocupação é para que essa realidade se mantenha”, pontuou.

Na rede privada a melhora após o fechamento do comércio em março também foi sentida e comemorada. Com tendência de queda na ocupação nas últimas semanas, a Cassems trabalha com 80% das UTIs COVID ocupadas. Para Ricardo Ayache, presidente do hospital, com a passagem do Dia das Mães os próximos dias serão de torcida para que os números continuem em queda ou, pelo menos, se mantenham.

“Mesmo com essa redução a preocupação sempre existe. Agora vamos aguardar os próximos dias para monitorar o impacto que isso vai ter”, explicou.

No Hospital da Unimed, dos 62 leitos disponíveis, 40 estão ocupados, confirmando tendência de queda após semana de fechamento do comércio no mês passado. No entanto, a direção da unidade afirma que já tem se preparado para eventual mudança na realidade de internações por causa da última data
comemorativa.

“Considerando os cenários anteriores de feriados e datas festivas, há uma possibilidade de aumento de novos casos da COVID-19, o que habitualmente ocorre em torno de 10 a 14 dias após essas datas”, acredita.

Mesmo assim, o hospital apela para a consciência coletiva. “A sociedade deve manter todas as medidas de biossegurança e evitar as aglomerações, pois continuam sendo essenciais para evitar que a doença seja propagada ainda mais”, pede a unidade.

Hospitais preveem alta de internações

Com as visitas entre famílias registradas no Dia das Mães, as redes de saúde públicas e privadas se preparam para enfrentar os reflexos das aglomerações nos hospitais do Estado. Com taxa de ocupação de leitos se aproximando da capacidade máxima, a torcida é para que não se repita a realidade registrada no mês de abril, quando Mato Grosso do Sul teve pico de internações e hospitais trabalhando muito acima da capacidade.

(Texto: Clayton Neves)

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