Handebol feminino de MS mira acesso à elite nos Jogos da Juventude

Comissão técnica e
jogadoras de handebol
se preparam para
experiência nacional - Foto: Divulgação/Coollab Registros Esportivos
Comissão técnica e jogadoras de handebol se preparam para experiência nacional - Foto: Divulgação/Coollab Registros Esportivos

A delegação de Mato Grosso do Sul se prepara para os Jogos da Juventude 2025, que serão realizados de 10 a 25 de setembro em Brasília (DF). Considerada a principal competição escolar do país, o torneio reúne jovens de 15 a 17 anos, com exceção de modalidades como esgrima, ginástica, judô, tênis de mesa e wrestling, que têm faixas etárias diferentes.

Ao todo, o Estado levará 171 atletas para disputar 18 modalidades individuais e coletivas. Acompanhados por técnicos e dirigentes,a delegação chega a cerca de 215 pessoas. Segundo a Fundesporte, os embarques ocorrerão nos dias 9, 14 e 20 de setembro, divididos de acordo com as modalidades. A primeira delegação conta com atletismo, ciclismo, ginástica artística, natação, tiro com arco e tênis de mesa. O segundo bloco, com os atletas de águas abertas, triathlon, wrestling (luta olímpica), basquetebol, futsal e vôlei de praia. Por último, badminton, ginástica rítmica, judô, taekwondo, handebol e voleibol.

À frente da equipe feminina de Handebol está o técnico Ednaldo da Silva, com mais de 20 anos dedicados à modalidade. Com a equipe dividida entre sete atletas da Capital, duas de Aquidauana e duas de Água Clara, o técnico tem se dedicado a prepará-las para a competição, mesmo com a distância. “Todas estão bem adaptadas graças a semana intensiva de treinamento que tivemos em julho, e amistosos com equipes de fora do Estado. As que não moram aqui, com certeza, estão no mesmo nível das meninas de Campo Grande. É uma equipe equilibrada tecnicamente e todas aptas para entrar em quadra e representar bem o MS”, afirmou.

Ele lembra que o handebol feminino sul-mato-grossense sempre precisou lidar com limitações estruturais, mas que isso nunca impediu a formação de equipes competitivas. “O trabalho é de longo prazo. Temos buscado corrigir detalhes técnicos e fortalecer a parte tática. O objetivo é claro: subir de divisão e dar visibilidade ao nosso estado. Sabemos das dificuldades, mas o grupo tem mostrado evolução”, avaliou.

O treinador também destacou a diferença de ritmo entre o masculino e o feminino, apontando que a modalidade ainda carece de maior incentivo e espaço. Apesar disso, ele acredita que a participação nos Jogos da Juventude será fundamental para dar sequência ao processo de desenvolvimento.

Entre as jogadoras está a ponta-direita Medhely Patrocínio, de 16 anos, que vê na competição uma oportunidade de consolidar o esforço coletivo. Para ela, o entrosamento dentro e fora de quadra pode ser determinante. “Nosso time tem muita garra. A gente se apoia mesmo nos momentos difíceis e isso faz diferença. Queremos mostrar que o handebol de Mato Grosso do Sul pode chegar mais longe”, afirmou.

Segundo ela, o time tem feito treinos funcionais intensivos para elevar o condicionamento físico, já que identificaram que algumas equipes adversárias estão tecnicamente abaixo. “Estamos evoluindo para conseguir subir para a segunda divisão, que é o nosso principal objetivo”, afirmou.

Medhely falou sobre a motivação para representar Mato Grosso do Sul e a união do grupo. “Toda vez que tenho essa oportunidade, tento dar o meu melhor para orgulhar quem ficou aqui torcendo pela gente. Nosso time está super unido, dentro e fora de quadra, e isso faz diferença. As minhas expectativas são ótimas. Quero muito subir para a segunda divisão e, no futuro, quem sabe jogar em uma equipe nacional ou até pela seleção. Mas, no momento, o foco é o time e o nosso crescimento coletivo”, completou.

A goleira de 17 anos, Anelise Pedroso, também tem uma relação especial com o esporte. Antes do handebol, ela praticava atletismo e karatê, até ser convidada por uma professora a conhecer a modalidade, em 2017. Começou treinando com meninos e, pouco depois, foi direcionada ao grupo feminino, já sob o comando de Ednaldo. “No começo joguei como linha, mas não tinha goleira na minha categoria e fui para o gol. No início foi difícil, mas acabei me apaixonando pela posição. Hoje não me vejo jogando de outro jeito”, contou.

Sobre representar o estado, a goleira diz sentir cada jogo como se fosse o primeiro. “Sempre me dá arrepios. É uma energia boa, um gás a mais. Esse é meu último ano na categoria cadete e quero mostrar o verdadeiro handebol sul-mato-grossense. Nosso objetivo é subir de divisão e lutar pelo primeiro lugar. Não será fácil, mas temos capacidade e garra para isso.”

Além do desempenho imediato, Anelise também projeta o futuro. Seu sonho é jogar na Europa e, assim como Medhely, defender a seleção brasileira, mas sem abrir mão de conciliar os planos esportivos e acadêmicos. “Quero me formar em fisioterapia e, no futuro, montar um clube de alto rendimento para ajudar outras crianças a seguirem o mesmo caminho”, disse.

Mais do que um torneio, o evento é visto como instrumento de formação. Essa dimensão pedagógica é ressaltada também pelo técnico Ednaldo, que avalia os Jogos como um espaço de crescimento pessoal e coletivo. “Muitos atletas daqui sonham em jogar em clubes maiores e até chegar à seleção. Mas, independentemente do resultado, participar já é uma experiência que transforma. Eles aprendem a lidar com vitórias, derrotas e, principalmente, a conviver em equipe”, afirmou.

Entre expectativas pessoais e objetivos coletivos, o sentimento do time é de confiança. “Jogar um Brasileiro já é, por si só, um grande desafio. Não existe jogo fácil. O que precisamos é manter a cabeça erguida e o foco para buscar a vitória”, resumiu Anelise.

Por Mellissa Ramos

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