Por Camila Farias – Jornal O Estado
Uma jovem de 18 anos acabou perdendo o bebê aos três meses de gestação na madrugada da última quarta-feira (15). Ela e o marido fazem parte de um grupo de pessoas que foram retiradas de um terreno público localizado no bairro Los Angeles na manhã de segunda-feira (13), onde estavam morando desde o dia 10 de junho (sexta-feira).
Cabe lembrar que o jornal O Estado esteve no local onde a desocupação foi realizada e conversou com a população, que afirmou ter sido intimidada com o uso de armas e bombas de gás pelos servidores da GCM (Guarda Civil Metropolitana) durante a desocupação da área.
Ainda na tarde de ontem (15), o marido da jovem e pai da criança explicou à reportagem do jornal O Estado que a esposa começou a sentir fortes dores na barriga já na segunda-feira (15) por conta do nervoso que passou durante a ação.
“Ela ficou muito nervosa, os homens apontaram a arma na cabeça dela, o pessoal falava que ela estava grávida e eles não davam atenção nenhuma, aí chegamos aqui no hospital às 23h e ficamos até 12h para saber que tínhamos perdido e nesse tempo todo ela ficou na maca tomando soro”, disse.
A jovem mãe destacou ainda que passava por uma gestação de risco e que todo o nervoso contribuiu para que ela perdesse o filho.
“Desde que eu descobri a minha gravidez eu estava fazendo todos os exames, o acompanhamento do pré-natal certinho. Eu cheguei aqui e não me deram atendimento, disseram que ainda não dava para saber se eu tinha perdido ou não, fiquei no soro e só 12h que eu fui atendida e aí que constataram. Isso foi um trauma para nós além de tudo o que estamos passando”, contou emocionada.
Questionada sobre a abordagem de maneira violenta, relatada pelos moradores da região onde aconteceu a desocupação, a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social), responsável pela GCM (Guarda Civil Metropolitana), informou por meio de nota oficial que possui corregedoria e ouvidoria, formada por servidores treinados, aptos a receber reclamações, denúncias ou elogios.
“Informamos que qualquer pessoa que se sinta de alguma maneira constrangida pode procurar a ouvidoria e corregedoria da Sesdes”, apontou.
A prefeitura da Capital também informou que não houve nenhum incidente que caracterize a violação de qualquer direito constitucional das pessoas.
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