A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (22) uma operação contra um suposto esquema que teria desviado R$ 100 milhões da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), responsável pela gestão do porto de Santos, o mais importante do país. De acordo com a Polícia Federal, a fraude durou cerca de dez anos e ocorreu na gestão passada da companhia. A administração atual do porto, ainda segundo a Polícia Federal, colaborou com as investigações e não está envolvida no esquema.
Entre os investigados estão o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Vereadores do Guarujá (SP) Marcelo Squassoni (PRB-SP), apontado como líder do esquema, que teria envolvido também membros da antiga diretoria da Codesp. Entre eles, estariam os ex-diretores Francisco José Adriano (Finanças), Carlos Henrique Poço (Operações Logísticas), Gabriel Eufrásio (Jurídico), os gerentes Cristiano Antônio Chehin e Alvaro de Sousa Neto, um ex-superintendente da guarda portuária e três fiscais de contrato.
Participaram, ainda, um advogado, as empresas Vert Prestação de Serviço, Shepra Security e Locktece, além de pessoas consideradas laranjas. O Ministério Público Federal (MPF) afirma que uma das empresas recebeu, ao longo de dez anos, mais de R$ 100 milhões em contratos para a prestação de serviços de segurança no porto de Santos por meio de prorrogações irregulares desde 2008.
Squassoni foi preso, com outros 18 suspeitos. Há dois que estão foragidos. Os nomes dos demais envolvidos não foram divulgados. Também foram emitidos 24 mandados de busca e apreensão -as investigações se concentraram nas cidades paulistas de Santos, São Paulo, Guarujá, Ilhabela, Bragança Paulista e Serra Negra, além de Duque de Caxias (RJ) e Fortaleza (CE).
Os envolvidos vão responder pelos crimes de associação criminosa, fraude a licitação, corrupção passiva e corrupção ativa, segundo a Polícia Federal.
Entre as fraudes apontadas, estão contratos de monitoramento dos abastecimentos de navio por drone e de segurança no monitoramento das instalações.
Outra, aponta o MPF, foi contratada em 2018 por R$ 2,7 milhões para o monitoramento do terminal por drones, embora a atividade fosse desnecessária e a firma não estivesse habilitada para executá-la.
“Os dois contratos irregulares foram denunciados à Polícia Federal pela atual direção da Codesp, que os cancelou este ano”, afirmou a Procuradoria.
Os mais privilegiados com estas fraudes, além do ex-parlamentar, eram os diretores da Codesp , os fiscais de contrato e os próprios empresários. Segundo Fontes, ainda não foi descartada eventual ligação esquema com tráfico de drogas. (Com informações da FolhaPress/Da redação)