Entre novembro e dezembro, foram quase 40 casos envolvendo produtos inflamáveis e fogos de artifício
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou para o Jornal O Estado que, por meio do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), foram realizados 39 atendimentos a pessoas com queimaduras, sendo 15 em novembro de 2024 e 24 em dezembro. Os últimos meses do ano e o início são considerados como os períodos mais propícios para ocorrências por água quente, álcool e fogos de artifício.
Diante deste cenário, A Secretaria reforçou a necessidade de alertar a população sobre os riscos e a importância de redobrar os cuidados envolvendo idosos e crianças neste período marcado pelas confraternizações e festividades.
A Sesau recomenda que a população evite manipular líquidos quentes ou inflamáveis perto de crianças; redobre a atenção no uso de álcool e produtos inflamáveis; siga as instruções de segurança ao lidar com fogos de artifício.
Em casos de queimaduras, é essencial resfriar a área com água corrente por até 20 minutos e procurar atendimento médico. Substâncias caseiras, como cremes ou manteiga, não devem ser aplicadas na lesão.
Alerta para crianças em casa
Somente na Santa Casa de Campo Grande, cujo Centro de Tratamento de Queimados é referência em Mato Grosso do Sul, 29 pessoas deram entrada na unidade com ferimentos, dos quais 11 casos foram em crianças e adolescentes, mesmo número entre pessoas de 31 a 60 anos, além de outros 6 registros em pessoas da faixa etária de 21 a 30 anos e apenas um caso envolvendo idosos.
Em se tratando da gravidade das lesões, 28 casos foram classificados com o nível 2, outros 4 pacinetes com grau 1 e apenas 1 paciente com o grau 3. Na unidade, as principais causas foram os combustíveis responsáveis por 16 registros e outros 6 por líquidos superaquecidos.
De acordo com a SBQ (Sociedade Brasileira de Queimaduras), no Brasil são realizadas cerca de 150 mil internações por ano de pacientes vítimas de queimaduras. Desse total, 30% são de crianças. Os itens de maior risco para queimaduras em crianças estão dentro de casa e fazem parte da rotina. E é por isso que é mais perigoso, já que as pessoas desligam o botãozinho da atenção. O ferro e o forno quentes, a panela sobre o fogão, um prato ou líquido quente em cima de uma mesa com forro e até a água do banho são motivos de atenção.
No Brasil, estima-se que 30% a 40% dos casos de queimaduras registrados em hospitais envolvem crianças, especialmente aquelas entre 1 e 4 anos de idade, o que representa uma faixa etária de maior risco devido à curiosidade natural e pouca noção de perigo.
Serviço: O SAMU está à disposição da população pelo número 192, 24 horas por dia, para emergências médicas.
Por Michelly Perez e Inez Nazira
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