Chamada de “Lava Jato do PCC”, a operação desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de São Paulo no início de setembro que revelou os novos líderes da facção criminosa que controla o tráfico de drogas e armas na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai apontou que a quadrilha usou até mesmo “aviãozinhos” angariados em aldeias indígenas para fazerem o transporte direto de dinheiro vivo para a região metropolitana paulista.
Somadas, as quantias não são poucas. De janeiro de 2018 a julho de 2019, cerca de R$ 1 bilhão foi levado de carro de MS para o estado vizinho, fruto do comércio de quase 15 toneladas de cocaína negociada pelo bando.
Segundo a investigação, o bando tentou usar um novo método de movimentação financeira, já praticado em São Paulo (SP), para tentar diminuir os prejuízos que acumularam com operações das polícias sul-mato-grossenses após a transferência de toda a cadeia de comando principal para presídios federais, onde estão incomunicáveis.
O plano da facção era simples. Com telefones e contas bancárias bloqueados ou grampeados pelas autoridades, a liderança do PCC na fronteira passou a se utilizar de uma mão de obra chamada entre eles de “boys”. Ou seja, jovens, sem antecedentes criminais, pontuação na Carteira de Habilitação ou visual e atitude suspeitos para levarem, de carro, quantias obtidas na comercialização principalmente de cocaína. Foram 15 toneladas da droga ao todo negociadas no período. A maior parte acabou transportada para a Baixada Santista e pode ter sido enviada para a Europa via Porto de Santos (SP). Mas há também, nos montantes despachados, lucro obtido pela facção em outros negócios.
(Confira mais na página A4 da versão digital do jornal O Estado)