Especialistas afirmam que uso de máscaras está longe de acabar

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Crédito: Wanderson Lara

Desde o começo da pandemia que a máscara item considerado essencial no combate à transmissão da COVID19, é alvo de discussão. Agora, o entrave está em saber se já é possível estabelecer o fim do uso do equipamento.

Para especialista este momento ainda está longe, principalmente por conta das variantes que circulam no Brasil, em especial a delta, considerada uma cepa mais transmissível e violenta.

“Ainda não está perto a abolição das máscaras. E isso devido a nova variante que é mais transmissível e a exemplo de outros locais que decretaram o fim e tiveram de recuar e voltar a usar”, garantiu a infectologista Mariana Croda.

Para o presidente do SinmedMS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana, essa realidade também vai demorar a ocorrer. Segundo ele, o custo-benefício do uso da máscara é tão simples que não vê o porquê de liberar o uso do equipamento neste momento.

“Talvez quando a maior parte da população brasileira estiver imunizada, tem variantes que a gente ainda não conhece, outras que ainda podem surgir. Então, no meu ponto de vista, decretar o fim do uso de máscaras não é uma situação racional”, assegurou.

No Estado, conforme o “vacinomêtro”, até a manhã de ontem (24), 91,76% da população vacinável, ou seja, maior de 18 anos, já tinha tomado a primeira dose e 55,38%, a segunda.

Entretanto, mesmo com esses índices e próximos de alcançarmos a imunidade coletiva, de acordo o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, os especialistas garantem que ainda não dá para pôr um fim na obrigatoriedade da máscara.

A infectologista Ana Lúcia Lyrio ressaltou que ainda é cedo e lembrou que mesmo os grupos já imunizados estão apresentando aumento no número de casos. “É muito cedo ainda, principalmente pelos estudos recentes que demonstram o aumento no número de casos em idosos, mesmo vacinados com as duas doses”, disse.

Inclusive, Mato Grosso do Sul está pleiteando, junto ao Ministério da Saúde, aplicar uma terceira dose ou dose de reforço nos idosos acima de 60 anos. O presidente Jair Bolsonaro anunciou, na última segunda-feira (23), que pretende se reunir com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para definir uma data para o fim do uso da máscara. Segundo ele, o motivo é por conta do índice de vacinação e da quantidade de pessoas que já foram infectadas, pois, conforme ele, “estão imunizadas”.

Vale ressaltar que não há nenhum decreto federal que obriga ao uso de máscaras. Os decretos existentes são estaduais, municipais e distritais. O prefeito da Capital, Marquinhos Trad, viu com preocupação a pretensão do presidente. “O momento é de flexibilizar e não de radicalizar. Existem instantes na vida que o equilíbrio deve prevalecer sobre os dois polos”, afirmou. (Rafaela Alves)

Acesse também: Inglaterra deixa de exigir máscaras e retira restrições contra COVID-19

O uso de máscaras na Inglaterra deixará de ser obrigatório, exceto em instalações médicas, anunciou o premiê Boris Johnson. A medida valerá a partir de 19 de julho, data em que praticamente todas as restrições sociais em vigor para conter a pandemia serão encerradas, embora o Reino Unido enfrente uma alta no número de casos de Covid-19. (leia a matéria completa aqui)

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