‘Entrevista da semana’ é com a senadora Soraya Thronicke

Parlamentar de MS faz uma análise das eleições municipais e é otimista a respeito do novo ciclo de Jair Bolsonaro no comando da nação

A presidente do PSL de Mato Grosso do Sul, a senadora Soraya Thronicke, disse que o partido tem trabalhado normalmente desde da saída do presidente Jair Bolsonaro, no intuito de eleger candidatos de preferência fora da política tradicional e buscando pessoas de sucesso na iniciativa privada, que queiram iniciar na carreira política. Soraya garantiu que, PSL irá lançar candidaturas nas principais cidades de Mato Grosso do Sul, e mantém o nome do deputado estadual, Capitão Contar, na prefeitura de Campo Grande. Entre as possibilidades existentes está do PSL realizar coligação e receber apoio de outros partidos na chapa marjoritária. Soraya tem defendido no Senado alguns interesses do presidente Bolsonaro como “não votar em quem usa o fundão” e a aprovação da reforma tributária.

‘Nós do PSL, lançaremos candidaturas nas principais cidades de Mato Grosso do Sul’, afirma Thronike

Soraya Thronicke crê que a aprovação de uma reforma tributária mais simples e justa fará uma revolução muito positiva na economia. Na sua visão, o “Brasil tem pressa”. Quanto ao balanço do início do Governo Bolsonaro, a senadora vê com saldo positivo a gestão, uma das pastas em que merece elogio, é de Infraestrutura, comandada pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, que em suas mãos “deu passos largos e seguros, e promete muito mais”. Sobre as articulações existentes para eleição à presidência do Senado, em 2021, não se sabe se vai apoiar Simone Tebet na disputa.

Segundo a senadora a determinação é do próprio presidente da sigla, Luciano Bivar, portanto nada mudou e nada vai mudar. “Independentemente de partido, o PSL continua sendo base sólida do Governo Bolsonaro”, diz. Confira a entrevista na íntegra:

O Estado – Senadora, o fato de ter passado parte do recesso em Brasília-DF enquanto em Mato Grosso do Sul há uma corrente para fortalecer o Aliança pelo Brasil, pode significar que a senhora ficará na liderança do PSL?
Soraya Thronicke – Estive em Brasília durante o recesso na última semana de dezembro com o intuito de angariar os últimos recursos possíveis para o nosso Estado, e logrei êxito. É no fim do ano que as contas fecham e os recursos podem ser alocados ou realocados. Farei isso durante todo o meu mandato, pois a presença física do parlamentar é muito relevante nesse momento.

O Estado – Como se encontra o partido no Estado, desde a saída do presidente Jair Bolsonaro?
Soraya Thronicke – O PSL está trabalhando normalmente, focado nas eleições municipais deste ano, no intuito de eleger candidatos de preferência fora da política tradicional, e buscando pessoas de sucesso da iniciativa privada, que queiram trazer seus conhecimentos para a gestão pública. Todas as nossas prefeituras estarão inseridas nos melhores programas de gestão, a exemplo do programa cidades empreendedoras, desenvolvido pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Creio que faremos uma reviravolta na economia dos nossos municípios, aplicando os princípios do liberalismo econômico e fomentando a economia com inspiração nos melhores modelos e exemplos de sucesso já consolidados. Aplicaremos na esfera municipal o que o ministro Paulo Guedes está implementando na esfera federal, de acordo com as competências do ente.

O Estado – Senadora, e como a senhora vê o papel do PSL na sequência do mandato do presidente Jair Bolsonaro?
Soraya Thronicke – Independentemente de partido, o PSL continua sendo base sólida do Governo Bolsonaro, por convicção. E isso já foi determinado pelo próprio presidente da sigla, Luciano Bivar. Portanto, nada mudou, e nada vai mudar. A direita está aos poucos amadurecendo e se solidificando, essa capilaridade é saudável e será muito útil ao plano do governo.

O Estado – Nessas eleições municipais de 2020, o PSL vai manter a ideia de lançar nomes nas principais cidades: Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá?
Soraya Thronicke – Sim, lançaremos candidaturas nas principais cidades de Mato Grosso do Sul. Estamos focados em qualidade, e não em quantidade. Há de se tomar muito cuidado ao endossar um nome.

O Estado – O Capitão Contar foi lançado pré-candidato à Prefeitura da Capital. Terá apoio do partido? O PSL pretende coligar ou já discute cargo de vice?
Soraya Thronicke – Sim, o deputado estadual Capitão Contar é o nosso nome para a prefeitura da Capital. É possível, sim, ocorrer uma coligação, mas aguardaremos as diretrizes da executiva nacional. Não faremos nada fora dos ditames do partido.

O Estado – O presidente Bolsonaro lançou campanha “Não vote em quem usa o fundão”. Qual a sua posição, defende a mesma ideia, ou como a verba existe pretende usar?
Soraya Thronicke – Sempre fui contra o fundo eleitoral, não recebi na campanha nem mesmo o valor específico para as mulheres. Hoje vivemos um dilema sobre o fundo eleitoral, pois não pode ser doado, como já decidiu o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e, se devolvido, será redistribuído entre os demais partidos. Na atual conjuntura política não há esperança de ser extinto, já avaliamos isso. Estamos ainda analisando como proceder.

O Estado – Como avalia o primeiro ano do Governo Bolsonaro? Quais os pontos positivos e os negativos que esse ciclo aponta, até o momento?
Soraya Thronicke – Fechamos o primeiro ano do nosso Governo Bolsonaro com um saldo extremamente positivo na economia e de diminuição da criminalidade. A infraestrutura, nas mãos do ministro Tarcísio, deu passos largos e seguros, e promete muito mais. Tenho acompanhado de perto os diversos ministérios e, posso garantir, muitos estão fazendo um trabalho diferenciado e sério. A pasta de Direitos Humanos, capitaneada pela ministra Damares Alves, deu uma lição de humanidade para aqueles que duvidavam deste governo, neste quesito. O único ponto negativo que verifico ter ocorrido, durante o ano, foi com relação à ênfase dada a fofocas, o que acaba ofuscando a propagação do que realmente interessa para a população e para o mercado externo, quanto ao sucesso do governo. É somente isso que interessa a todos, os números, os índices e as perspectivas.

O Estado – O Senado terá dura missão de votar a reforma tributária em 2020. Como está essa articulação?
Soraya Thronicke – Considerando o acordo firmado no meio do ano, entre o ministro Paulo Guedes e os parlamentares, o Senado será a casa iniciadora do projeto. Como há diversas propostas, ficou acordado de se aglutinar, em uma só, o que há de melhor em cada uma delas, além da compatibilidade, é claro. Creio que a aprovação de uma reforma tributária mais simples e justa fará uma revolução muito positiva na nossa economia. É essencial que a aprovemos ainda neste ano, pois um novo ambiente de negócios aquecerá a economia. O Brasil tem pressa.

O Estado – Há também, em discussão política nacional, a prisão em 2ª instância. Uma vez que o sistema carcerário necessita de mudanças, uma delas seria retirar o benefício das “saidinhas”. Como a senhora avalia isso?
Soraya Thronicke – Sim, essa é a proposta, extinguir as chamadas “saidinhas”. Sobre a prisão em segunda instância, apresentei o PL 6.202/2019, que é totalmente factível, sobretudo porque não fere a Constituição Federal. Trata da prisão preventiva para aqueles que tiverem suas penas privativas de liberdade igual ou superior a oito anos em razão de crimes cometidos com violência ou grave ameaça, ou contra o patrimônio público, confirmadas em segunda instância. A base é a manutenção da ordem pública. Aqueles que não oferecem risco à sociedade aguardarão o trânsito em julgado.

O Estado – Em entrevista ao jornal O Estado, a senadora Simone Tebet falou do desejo de ainda disputar a presidência do Senado. Teria seu apoio?
Soraya Thronicke – Se assim determinar a liderança do partido, terá o meu apoio. Seguirei as diretrizes da sigla. Sempre.

(Texto: Bruno Arce)

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *