Em comemoração ao dia da parteira tradicional, doulas ganham destaque

Comemorada no dia 20 de janeiro, a profissão de parteira tradicional é considerada um dos títulos mais antigos dentro da obstetriz. O trabalho milenar carrega uma longa e importante história de amor, cuidado e apoio às gestantes e familiares. A atividade se reinventou ao passar dos anos e agora vem sendo reconhecida como doula, o termo vem do grego e quer dizer “a mulher que serve”.

A doula é a profissional que fornece todo o suporte emocional, psicológico, fisiológico e educacional para as futuras mamães. A missão dela é acompanhar a mulher mesmo quando ela começa a planejar a gravidez, e se estende para o momento da chegada do bebê até o chamado período puerpério, mais conhecido como pós-parto. Em cada etapa, ela é responsável em ensinar e empoderar a gestante e sua família para vivenciarem um parto respeitoso, humanizado com experiências inesquecíveis.

Diante de tantas informações, conselhos e ansiedade para o grande dia, é bem comum que a mulher se sinta perdida, o que faz da doula uma peça fundamental. Mamãe de primeira viagem, a pastora Juliana Lima Dutra de 35 anos, conta que ter uma doula fez total diferença em seu parto. “ Essa foi a experiência mais linda que eu já vivi e tenho certeza que como todo um conjunto, a doula foi essencial. Fiquei muito mais segura sabendo que tinha alguém preparado ao meu lado, que já sabia cada etapa que eu ia passar” pontua.

“A doula te proporciona conforto, não só para o físico, mas também para as emoções que estão à mil. Tive a companhia do meu marido incrível que me ajudou muito também, mas até para ele o trabalho da doula fez a diferença. Ele confiou nas palavras dela, pois sabíamos que ela era a pessoa certa para direcionar e gerar confiança neste momento” conclui.

Para a enfermeira Bruna Alves de 30 anos, doula de Juliana, essa atividade vai muito além de uma profissão, é cumprir um propósito. “ Eu decidi ser doula para servir outras mulheres, para cumprir um chamado de Deus. Eu percebi que muitas mães ainda passam por violência e tem esse momento marcado por memórias tristes. Então penso que se ela tiver alguém para ensiná-la e cuidar dela nessa fase, sua experiência será especial” conta.

Antes e durante o processo

Durante os nove meses de espera, a doula prepara a mulher, tira dúvidas e desconstrói crenças que podem limitar seu processo, além de realizar a Educação Perinatal, que são encontros com a gestante e a acompanhante, para conversar temas específicos da gestação, do trabalho de parto e também para cuidados com o recém-nascido.

Antes de entrar em trabalho de parto, a gestante também é preparada e assistida pela doula. “Nós ensinamos algumas posições que poderão ser realizadas na hora do parto, técnicas de respiração e métodos não farmacológicos do alivio da dor. Já no momento em que ela está dando à luz, nós ficamos atentas a cada situação, atendendo cada necessidade para que ela possa somente viver cada contração, segura que alguém esta cuidando dela. Ajudamos essa nova mãe a realizar as mudanças de posição, acompanhamos ela no banho, oferecemos alimentos, realizamos massagens, cuidamos e zelamos por ela. É muito maravilhoso esse trabalho, costumo dizer que toda mulher merece uma doula” finaliza.

Quando e como a doula pode atuar

Independente de como deve ser feito o parto, cesárea ou normal, a doula pode estar presente, sendo no hospital ou à domicílio. O importante é que a mulher tenha toda a assistência, um parto humanizado seguro e respeitoso. Vale lembrar que a doula não exerce o trabalho de parteira ou de enfermeira obstétrica. O serviço dessa mulher é voltado para a mãe, para o bebê e para a família.

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