Dia da Voz ressalta cuidados com uma das principais ferramentas de comunicação

African young man singing on musical studio.
African young man singing on musical studio

Além disso, a fala também representa busca por representatividade social

“Levanto a minha voz, não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam ser ouvidos.
Não é possível prosperar quando metade das pessoas fica para trás”. A frase da ativista Malala Yousafzai
é um dos muitos significados de como a voz é mais que meio de comunicação entre as pessoas. Ela é
também a maneira de como muitos transmitem o seu papel social no mundo.

Quem assume seu lugar de fala no mundo para defender suas bandeiras conquista representatividade e
movimenta ideias. E esse lugar de falar é sinônimo de inclusão, afetividade e emoção, marcando outras
diferentes pessoas. Para o ator, diretor e roteirista Heraldo de Deus, 35 anos, a voz da avó norteou sua
trajetória para uma carreira no mundo da arte.

“Minha avó era uma grande contadora de histórias e, graças a isso, eu tomei gosto pela arte. Ela criava
histórias, sempre com uma lição de moral e gostava de ler livros para depois fazer resenhas com os
filhos e netos. A voz da minha avó foi uma grande motivação para hoje eu estar no lugar que ocupo, seja
atuando, dirigindo ou escrevendo”, reconhece Heraldo, de forma saudosa.

Hoje atuando como representante de um movimento que trabalha pela inserção de pessoas negras no
cenário cultural, Heraldo analisa sua potência como uma das muitas engrenagens necessárias para essa
inclusão.

“Sou um grãozinho de areia nesse mundo imenso, mas, com o pouco que tenho e que consegui até hoje,
pude fazer mudanças significativa. Eu vejo que a minha voz tem uma importância, principalmente
quando olho toda a minha trajetória e enxergo onde cheguei. Mesmo não tendo condições de produzir
tanto quanto queria, entendo a representatividade da minha voz neste cenário”, afirma o ator que
participou de diversas produções brasileiras, uma delas o filme Tungstênio.

Com anos de experiência nos palcos, nos bastidores e em frente às câmeras, a emoção ainda é a mesma
da primeira vez. E para que não atrapalhe seu desempenho, Heraldo redobra os cuidados com as cordas
vocais. “Eu evito beber água gelada, não consumo álcool, não fumo e tento, ao máximo, não agredir a
minha voz falando alto demais ou gritando. Além disso, é importante desaquecer a voz ao final de cada
apresentação”, explica o ator.

Dia Mundial da Voz alerta para cuidados

Hoje (16) é o Dia Nacional da Voz que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância
da voz para a promoção da saúde, bem como informar sobre os sinais e sintomas que favoreçam o
diagnóstico precoce de doenças, como o câncer de laringe.

O dia traz um alerta sobre os cuidados necessários que devemos ter para preservar uma das
características mais marcantes do ser humano. Este ano, a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
(SBFa) promove a campanha anual, Amigos da Voz, com intuito de educar a população sobre os
problemas mais comuns e principais medidas preventivas para manter a saúde vocal e, a partir dela,
garantir todo potencial de comunicação.

“A voz é uma ferramenta muito poderosa de posicionamento na sociedade e reflete o espaço que as
pessoas ocupam e como elas querem ser vistas. Tudo isso parte da forma como cada um expressa sua
voz”, destaca Lívia Lima, coordenadora do departamento de voz da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia (SBFa).

A especialista orienta que, para além dos cuidados já recomendados pelos fonoaudiólogos, como não
gritar, evitar falar por longos período e com esforço, articular bem as palavras, é preciso ter cuidado
também com o corpo. “Engana-se quem pensa que os cuidados devem ser exclusivos com a voz. É
importante também olhar para o corpo de uma forma geral. Evitar alimentos que podem irritar o
estômago e provocar refluxo, manter uma alimentação leve e balanceada, hidratar-se, ter boas horas de
sono e praticar atividades físicas… Tudo isso favorece o organismo como um todo e melhora o
condicionamento cardiorrespiratório”, sinaliza a fonoaudióloga.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

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