Após inverno de temperaturas atípicas, consumidores recebem ‘surpresa’ na conta de luz
O clima seco e de altas temperaturas do inverno 2020 trouxeram consigo, um aumento de até 44,8% nas contas de luz para alguns consumidores da Capital. Para quem pagou R$ 278,33 no mês de julho, a conta de R$ 403,23 pesou no bolso. O maior consumo já era previsto pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que projetou para setembro um crescimento de 3,4% na demanda por eletricidade no país, na comparação com o mesmo período do ano passado. Com tal cenário, Energisa-MS alerta para que consumidores economizem já que o maior gasto, reflete diretamente nos tributos e encargos inclusos na conta, tal e como, o Cosip (custeio da iluminação pública) e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Conforme contas repassadas por leitores do Jornal O Estado, a cobrança que em julho foi de R$ 278,33 em setembro passou para R$ 403,23. Ou seja, amento de 44,8%. A elevação também foi refletida no mês de agosto, R$ 301, sendo assim, a diferença de um mês para o outro (setembro R$ 403,23) foi de 33,8%. Em outro caso, o leitor pagou uma conta no valor de R$ 273,45 em agosto, com o consumo de 285 Kw/h. Mas a surpresa chegou no mês de setembro, quando ao abrir a fatura se deparou com o valor de R$ 354,15, diferença de 28,8%. Segundo Venício Leite, líder do movimento popular Energia Cara Não, as reclamações têm sido constantes e muitos consumidores chegaram a receber contas de até R$ 900.
“As pessoas estão apavoradas, tivemos casos onde em um domicílio com 3 pessoas, em regime de contenção de uso, as contas estão sendo emitidas em R$ 800,00 ou R$ 900.00. Não tem o menor cabimento”, declarou.
Vale lembrar que desde a chegada da pandemia do novo coronavírus, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no dia 26 de maio, optou por manter a bandeira tarifária verde até o dia 31 de dezembro deste ano. Com isso, os consumidores não terão acréscimos na tarifa. A medida foi tomada em virtude do cenário de pandemia da Covid-19. Vale destacar que em março deste ano, a Agência declarou a proibição do corte de energia por 90 dias com validade também para os serviços considerados essenciais no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Com isso, a decisão permaneceu vigente até o dia 31 de julho. Contudo, em julho, a agência informou que manteria a decisão da proibição de cortes para os consumidores de baixa renda até 31 de dezembro.
Questionada se o maior consumo é recorrente nos meses mais quentes do ano, a Energisa-MS recomenda que os clientes se atentem a esses períodos principalmente após a chegada da pandemia e do isolamento social que contribuem para um número maior de pessoas nas residências e o consequente, consumo.
“A Energisa recomenda que os clientes fiquem atentos ao aumento de consumo de energia durante o isolamento social. Uma vez que as pessoas estão passando mais tempo em suas residências, o consumo tende a subir, provocando o aumento do valor das faturas. Destaca-se também que iniciamos o período com altas temperaturas e com o calor, naturalmente os eletrodomésticos por si só consomem mais energia para manter ou chegar na temperatura desejada. Por esta razão, é de suma importância adotar hábitos de consumo consciente e reavaliar a utilização de alguns eletrodomésticos”, destacou a empresa em nota.
Além disso, pontua que caso os consumidores encontrem divergências e dúvidas sobre os valores pagos em suas contas que entrem em contato a fim de que uma análise completa seja realizada.
“A Energisa orienta ainda que o cliente sempre entre em contato com a concessionária para que a análise seja feita individualmente, utilizando preferencialmente os canais de atendimento digitais, que funcionam 24 h e estão prontos para solucionar demandas desde parcelamento de contas a solicitações de novas ligações e troca de titularidade”, destacou a nota.
Interessados podem obter atendimento nos seguintes canais:
Whatsapp Gisa: (67) 9980-0698. Call Center: 0800 722 7272. Aplicativo para celular Energisa On – disponível nas lojas virtuais Google Play e Apple Store.
Com aumento de reclamações, Concen destaca que contas podem ter redução no próximo ano
De acordo com a presidente do Concen/MS (Conselho dos Consumidores de Energia Elétrica da Área de Concessão da Energisa –MS, Rosimeire Costa nas últimas semanas o número de consumidores insatisfeitos com os valores cobrados em suas contas de luz aumentou. Mesmo assim, destaca que o uma possível redução na tarifa só acontecerá no próximo ano e a luta pela cobrança em valor fixo do ICMS.
“A Energisa Mato Grosso do Sul está com uma tarifa um pouco maior do que antes da pandemia, (6,9%). Não temos previsão de outro reajuste ao longo de 2020, para o ano que vem temos uma perspectiva de diminuição da tarifa entre 5 a 15%. Nossa grande preocupação são os tributos que impactam até 47%, algo difícil de ser modificado, pois todos os valores possuem uma lei para a sua cobrança. Sendo assim, temos que tentar sermos racionais nessa questão do consumo porquê todos os impostos, contribuição e encargos do setor elétrico são atrelados à quantidade de kWh consumidos, pois, quanto mais se gasta, mais caro pagamos em impostos”, explicou.
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(Texto: Michelly Perez)