Depois de deixar em alerta todo o setor de saúde, o vírus H1N1 perdeu força em Campo Grande e, durante os nove meses deste ano, nenhum morador da cidade foi contaminado. Dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também revelam que hádois anos a Capital não registra mortes pela doença. Na avaliação da superintendente municipal de vigilância em Saúde, Veruska Lahdo, desde março do ano passado, cuidados com a COVID-19 são importantes aliados na luta contra o vírus da gripe.
“Por conta da pandemia e com a aplicação de normas como o uso da máscara, higienização das mãos e etiqueta respiratória, houve uma importante contribuição para que a gripe não evoluísse na cidade. Afinal, a influenza e a COVID são vírus respiratórios e de fácil transmissão”, pontua.
Assim como no combate à COVID-19, o controle da doença está na prática de hábitos simples como lavar as mãos com frequência, cobrir boca e nariz, manter ambientes ventilados, evitar aglomerações e, principalmente, na vacinação. Quase um mês depois do fim da campanha de vacinação da influenza, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a Capital não atingiu a meta de 90% do grupo prioritário vacinado e que ainda existem doses em todas as Unidades Básicas de Saúde disponíveis para a população em geral com idade a partir dos 6 meses.
Até agora, o município já vacinou 199.922 campo-grandenses do grupo prioritário da campanha, 79,94% do total. Apenas idosos e crianças entre 6 meses e menores de 6 anos conseguiram atingir a cobertura recomendada, com 101,73% e 96,8% respectivamente. Os piores foram trabalhadores da saúde, 88,29%, e os da educação, com 65,47%.
Na rede particular, a procura pela vacina também está abaixo do desempenho de anos anteriores. “Existe um tempo de espera necessário entre uma vacina e outra e as pessoas ficaram no anseio de se proteger contra o novo coronavírus. O resultado disso foi redução na procura”, explica a médica Ana Carolina Nasser, da Clínica Vaccini. Diante do novo cenário, a clínica passou a fazer busca ativa pelos pacientes. “A gente mandava e-mails, ligava e tirava todas as dúvidas”, relata.
Para a médica, o alcance ainda fora do esperado na aplicação das doses preocupa. “A campanha tem que se antecipar ao inverno e não foi isso o que aconteceu. Nossa preocupação é como será a repercussão do vírus no ano que vem”, finaliza. Em 2019, por exemplo, Campo Grande contabilizou 111 casos positivos e 28 mortes. No ano seguinte, foram 35 confirmações. Segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), em 2016 se instalou o pior cenário da gripe no Estado e 103 pessoas morreram pelo vírus.
Clayton Neves
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