Ampliação também investe em melhorias habitacionais, educacionais e de saúde para a população local
Mato Grosso do Sul está se destacando como um importante polo no setor de papel e celulose no Brasil. O estado lidera a produção nacional de madeira em tora e celulose, representando 24% da produção nacional com aproximadamente 5,5 milhões de toneladas por ano. Com 1,4 milhão de hectares, Mato Grosso do Sul possui a segunda maior área cultivada de eucalipto do país.
A expansão da indústria de papel e celulose em Mato Grosso do Sul está projetada para criar cerca de 100 mil empregos, segundo estudo encomendado pela Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) à ESG Tech.
As novas unidades industriais gerarão aproximadamente 24 mil empregos diretos até 2032, com 60% dessas contratações previstas para os próximos oito anos. Cada unidade, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas de celulose e 300 mil hectares de plantio, necessita em média de 5,9 mil colaboradores diretos.
De acordo com a indústria, o setor, que atualmente emprega diretamente 9,7 mil pessoas no estado, verá esse número triplicar. Os empregos indiretos relacionados ao setor podem chegar a 69 mil.
A expansão atrairá aproximadamente 49 mil pessoas para Mato Grosso do Sul. Durante a fase de construção, estima-se que as obras mobilizarão cerca de 10 mil trabalhadores. Esse novo contingente demandará 17,9 mil novas moradias, 157 leitos hospitalares e 11,3 mil vagas escolares.
A Ibá, em parceria com a Reflore e o governo de Mato Grosso do Sul, tem atuado em iniciativas para a formação de mão de obra qualificada. A previsão é que essas ações contribuam significativamente para o desenvolvimento econômico e social do estado, especialmente na região da Costa Leste.
Projeto Cerrado da Suzano
A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, iniciou no mês de julho as operações da maior linha única de produção de celulose do mundo em Ribas do Rio Pardo, Mato Grosso do Sul.
Este projeto demandou um investimento de R$ 22,2 bilhões, com R$ 15,9 bilhões destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões à formação da base de plantio e estrutura logística.
A nova unidade aumentará a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano em 20%, passando de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais. Além disso, a companhia mantém a produção de 1,5 milhão de toneladas anuais de papéis, que inclui papel higiênico, de imprimir e escrever, e de embalagens.
“A conclusão bem-sucedida do Projeto Cerrado reflete a dedicação e a capacidade de execução de cada pessoa envolvida nesta obra grandiosa e transformacional, e comprova a cultura de excelência que permeia toda a organização,” disse Beto Abreu, presidente recém-nomeado da Suzano, ao destacar o papel crucial do ex-presidente Walter Schalka no sucesso do projeto.
Durante a construção, o projeto gerou mais de 10 mil empregos diretos e, com a operação em pleno vapor, cerca de 3 mil pessoas estão empregadas nas atividades industrial, florestal e logística.
Esse é o maior investimento da história centenária da Suzano, e possui uma série de avanços operacionais e socioambientais, alinhados aos “Compromissos para Renovar a Vida”, conjunto de metas de longo prazo estabelecidas pela companhia.
A nova fábrica possui o menor raio médio estrutural da base florestal entre as operações da Suzano, com um total de 65 quilômetros entre as áreas de plantio e a fábrica.
A unidade utiliza tecnologia de gaseificação da biomassa nos fornos de cal, restringindo o uso de combustíveis fósseis a momentos de partida e retomada de produção. A fábrica também será autossuficiente na produção de ácido sulfúrico, peróxido de hidrogênio e energia verde, com um excedente de 180 megawatts (MW) médios, que serão exportados para o SIN (Sistema Interligado Nacional).
Além dos recursos destinados à construção da fábrica e da estrutura logística, a Suzano investiu mais de R$ 300 milhões em iniciativas como construção de moradias, centros médicos, melhorias na infraestrutura local e apoio a projetos sociais.
O PBA (Programa de Infraestrutura Urbana, parte do Plano Básico Ambiental), inclui 21 projetos nas áreas de saúde, educação, desenvolvimento social, habitação e segurança pública, como a ampliação do Hospital Municipal e a construção de unidades de saúde e segurança.
Conforme a Suzano, também foram promovidas iniciativas sociais focadas no desenvolvimento sustentável e na geração de renda, com apoio a agricultura familiar, apicultura, pecuária, economia circular e criativa.
Na educação, a empresa contribuiu para a melhoria do ensino público local por meio da capacitação de professores. Com um investimento recorde de mais de R$ 50 bilhões entre 2019 e 2023, o plano é investir mais R$ 16,5 bilhões este ano.
Por Djeneffer Cordoba
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