Associação de MS informa que 80% das atividades de exportação das indústrias estão paralisadas
A indústria pecuária doméstica tem sofrido alguns impactos na produção de carne bovina em virtude da suspensão temporária das exportações para a China. Segundo representantes do setor, os frigoríficos que enviam seus produtos para outros países também entraram na disputa do mercado interno, pois suas demandas para o exterior estão comprometidas.
As unidades de abate que atendem o consumo brasileiro acabam concorrendo com essas empresas, que tentam compensar suas perdas com a interrupção das exportações por meio de maior atuação no mercado nacional.
Segundo o presidente da Assocarnes (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carnes de Mato Grosso do Sul), Sérgio Capucci, “os frigoríficos do mercado interno estão sofrendo mesmo não exportando para a China, porque as marcas que já atendem os chineses estão jogando nesse mercado. Estão disputando juntas. E agora, eles viraram um pouco da mercadoria deles para o consumo nacional. E isso afeta os frigoríficos que já trabalham por aqui”.
Apesar de as empresas exportadoras de carne bovina utilizarem da oportunidade doméstica para não ter prejuízos, produtos que estavam programados para a venda internacional permanecem parados no Brasil. De acordo com a Assocarnes, cerca de 80% das atividades voltadas à venda para outros países estão suspensas no país.
“A escala do abate de animais está prejudicada. Por exemplo, o animal que vai para a China é específico, tem características diferentes. E agora, alguns estão no campo ainda. Para esses animais sim, há uma expectativa pela retomada das exportações para o país asiático”, detalhou o presidente da associação.
Suspensão das exportações
As negociações de embarque da mercadoria bovina brasileira com destino à China estão interrompidas desde o dia 4 de setembro. A medida foi tomada por causa da constatação de dois casos de “vaca louca” no Brasil e está prevista no acordo sanitário entre os dois países.
Na confirmação das ocorrências, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecurária e Abastecimento) afastou qualquer risco à saúde pública, pois, segundo a pasta federal, os casos encontrados em Mato Grosso e em Minas Gerais são considerados atípicos. Essa classificação anula os eventuais impactos que poderiam ocorrer no comércio de animais, em seus produtos e subprodutos. (Texto: Felipe Ribeiro)