Frente ampla de apoio ao atual presidente deverá atingir 450 votos
A costura política de Arthur Lira (PP-AL) deve garantir ao alagoano não só sua recondução à presidência da Câmara como também a maior votação de um deputado para esse cargo. A estimativa é de que a união de petistas, bolsonaristas e centrão dará a Lira ao menos 450 votos nesta quarta-feira (1º), em votação no primeiro turno. Até o momento, apenas o deputado eleito Chico Alencar (PSOL-RJ) anunciou que irá disputar também o cargo.
Com esse volume de votos, ou próximo dele, Lira se tornará o presidente da Câmara eleito com a maior votação da história, superando Ibsen Pinheiro (MDB), em 1991, e João Paulo Cunha (PT), em 2003. Ambos receberam 434 votos, mas foram candidatos únicos, sem concorrentes.
Dos 513 deputados federais eleitos em 2 de outubro de 2022, 99 concorreram filiados ao Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, e 68 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A disputa entre oposição e situação não parece ser um empecilho para a união de ambas as bancadas no pleito que vai eleger o presidente da Câmara dos Deputados para o próximo biênio.
Segundo explicou a deputada eleita por Mato Grosso do Sul Camila Jara, “o PT apoiará o nome de Arthur Lira para a presidência da Câmara dos Deputados e vai ficar com a primeira-secretaria da Casa de Leis, indicando a deputada Maria do Rosário ao cargo”. Essa, de acordo com a parlamentar, será a estratégia a ser adotada pela bancada do partido na eleição da futura Mesa Diretora, pois a intenção é buscar o isolamento da extrema-direita representada pelo Partido Liberal nos dois principais cargos.
Segundo Jara, para a composição dessa chapa em apoio a Arthur Lira, poderá ser formalizado um bloco que seria majoritário na Câmara e então resolveria a questão regimental, que garante à bancada majoritária a indicação do presidente ou do primeiro-secretário. “Se for levado em consideração qual partido tem a maior bancada, caberia ao PL com 99 parlamentares ser majoritário, mas à medida em que acontecer a composição de um bloco mudaria o quadro”, afirmou a parlamentar.
Nos bastidores, desenha-se um apoio com até 20 legendas: PT, PL, PP, MDB, PSD, PDT, União Brasil, PSB, PSDB, Republicanos, Podemos, PSC, PCdoB, Solidariedade, Patriota, Avante, Pros, PTB, Pros e Cidadania. Há, porém, resistências internas em alguns partidos, que ainda não declararam oficialmente o endosso. Mas, independentemente do candidato à presidência da Câmara, os partidos precisam se organizar em blocos para a divisão de cargos.
Além da eleição da Mesa Diretora, responsável pela direção da atividade legislativa e que conta com presidente, dois vices e quatro secretários, também está sendo acertada a distribuição das presidências das comissões, que ocorre após 1º de fevereiro.
Parlamentar importante para Bolsonaro durante o seu mandato, Lira dialogou com o novo governo e atuou, antes mesmo da posse, para a aprovação da proposta de emenda à Constituição, no fim do ano passado, que abriu espaço orçamentário para bancar as promessas de campanha de Lula, como o Bolsa Família de R$ 600.
Por Alberto Gonçalves – Jornal O Estado do MS
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