Com a quarta energia mais cara do país, crise hídrica vai aumentar ainda mais contas de luz em MS

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Foto: Caio Coronel/Itaipu Binacional

Mato Grosso do Sul é um dos estados afetados diretamente pela crise hídrica, citado apelo governo federal na emergência divulgada no dia 28 de maio deste ano. A situação é resultado da escassez de chuva, que é a pior registrada em 91 anos, e isso vai aumentar o valor da conta de luz no país. Além disso, o risco de racionamento é real.

A presidente do Concen (Conselho de Consumidores da Áreas de Concessão da Energisa de Mato Grosso do Sul), Rosimeire Costa, explicou que a crise hídrica vai impactar o consumidor do país inteiro de muitas maneiras. Sobre a discussão de um racionamento, ela destacou que é possível, mas descartou falta de luz.

“Não temos risco de apagão, mas temos de um racionamento, é o que dizem os especialistas do setor. Mas, precisa sair determinação do governo federal para que isso aconteça. Se não sair, a nossa vida vai ser economizar porque o valor a ser pago para nós é muito caro”, afirmou.

Os valores citados pela presidente do conselho se referem ao custo da bandeira tarifária. Sem o volume de chuva esperado no verão, as hidrelétricas sofrem com o baixo volume de água para o fornecimento de energia. Então, para evitar um desabastecimento, são ligadas as termelétricas, que produzem energia por um custo muito maior, sinalizado pelo sistema de bandeiras.

Segundo Rosimeire, a bandeira vermelha 2 custa R$ 6,24 por cada 100 kWh (kilowatts-hora) consumidos atualmente, porém, o valor não é o suficiente para bancar o funcionamento das termelétricas. Por isso, com a estiagem do inverno que deve piorar ainda mais a situação das hidrelétricas, a bandeira vermelha pode ficar ainda mais cara: as especulações no setor são de aumento no valor entre 20% e 60%. Na prática, o consumidor pode ter que pagar de R$ 7,59 até R$ 12 pela mesma quantidade consumida.

O percentual de 60% foi divulgado na última segunda-feira (21) pelo O Globo. O novo valor da bandeira tarifária deve ser anunciado ainda neste mês, com a abertura de uma consulta pública por parte da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e entra em vigor em agosto.

“Um megawatt-hora custa R$ 134 [na produção das hidrelétricas] enquanto um megawatt custa R$ 1.500 nas temelétricas”, explicou Rosimeire.

Entre as energias mais caras do país

A situação é ainda mais difícil para os sul-mato-grossenses, que pagam uma das energias mais caras do país. “Com o nosso reajuste, ficou em quarto lugar [entre as mais caras]”, disse Rosimeire. Ela explicou que o valor é influenciado desde a forma de contrato da concessão em vigor até a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no Estado.

Com os valores elevados e um aumento considerável no valor da bandeira tarifária como especialistas do setor estão sinalizando, vários produtos devem encarecer também, uma vez que a indústria é movida pela energia elétrica. “O consumidor residencial sofre totalmente porque ele vai ter o aumento do valor do kilowatt em sua residência e também o aumento dos produtos”, lembrou Rosimeire.

Por este motivo, ela destaca que a necessidade de economizar energia elétrica é essencial nos próximos meses.

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