O vereador Claudinho Serra (PSDB) deve encaminhar nos próximos dias um pedido de licença do mandato para que possa tratar da sua defesa e evitar a suspensão que seria determinada com a ausência em 10 sessões da Câmara Municipal ,que deverá se completar no dia 7 de maio, o que o obrigaria a comparecer, mesmo usando tornozeleira eletrônica às sessões ordinárias do Legislativo de Campo Grande. A possibilidade de pedido de licença já está sendo avaliada pela defesa do vereador através de consulta ao setor Jurídico do Legislativo municipal.
“Nossa prioridade era conseguir a liberdade do vereador e isso já foi obtido e agora vamos ver como ele como serão os próximos passos tanto na Câmara quanto na Justiça”, afirmou o advogado de defesa Tiago Bunning. Mas extraoficialmente, assessores do vereador apontam que o pedido de licença é a melhor alternativa não estando em cogitação renúncia ao mandato.
O parlamentar já está em liberdade monitorada desde sexta-feira (26), após o desembargador José Ali Ahmad ter concedido habeas corpus ao vereador, preso desde o dia 3 de abril na terceira fase da Operação Tromper.
O pedido de licenciamento seria por 90 dias, período em que pode já ter uma solução para as acusações. Esse pedido de licença não obriga o presidente do Legislativo, Carlão Borges (PSB) a convocar o suplente do PSDB, pois essa convocação só é prevista quando o afastamento é superior a 120 dias e evitando assim deflagar uma guerra de liminares, pois não há um consenso sobre quem tem direito à vaga de Claudinho Serra.
O vereador virou réu pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, fraude em licitações e peculato pelo desvio na Prefeitura de Sidrolândia, comandada pela sogra. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, e chegou a ser mantida, na primeira análise, por Ahmad Netto. No entanto, como o julgamento só ocorreria no dia 14 de maio, mas na sexta-feira ele decidiu antecipar e conceder a liminar.
O vereador, através do seu advogado já deu declarações de que não pretende renunciar ao mandato, mas existem algumas implicações que podem dificultar o exercício, como por exemplo, a proibição de frequentar locais com aglomeração de pessoas. Outra complicação está relacionada à pré-candidatura de Claudinho Serra à reeleição, pois ele não terá que permanecer recolhido entre as 20 e a 6 horas não podendo participar de reuniões políticas nesse período.
Carlão Borges
O presidente da Câmara da Capital, vereador Carlão Borges disse na quinta-feira que não irá suspender Claudinho Serra e nem afastá-lo, a menos que receba uma ordem judicial neste sentido ou que o próprio parlamentar renuncie ao mandato. “Não posso correr o risco de afastar o vereador convocando outro e ele conseguir uma liminar para reassumir o mandato”, disse Carlão Borges que agora deve considerar o fato de Claudinho Serra estar usando tornozeleira eletrônica.
Outra alternativa para Claudinho seria a sua participação da sessão de forma remota, mas isso não é contemplado no regimento interno da Câmara Municipal e para que possa ser criado precisaria de apresentação de uma proposta da Mesa Diretora.
A previsão, segundo decisão judicial, é de que Claudinho fique com a tornozeleira por seis meses, com possibilidade de prorrogação, se a Justiça entender ser necessária.
PSDB
Junto ao PSDB também estão sendo esperados posicionamentos tanto com relação ao retorno do parlamentar e a sua permanência no mandato quanto a possibilidade de sua pré-candidatura a reeleição. Inicialmente o presidente do diretório municipal do partido, deputado federal Beto Pereira, que é pré-candidato a prefeito de Campo Grande, disse que não se pode condenar Claudinho Serra de forma antecipada, mas alguns membros do PSDB consideram preocupante ele estar utilizando tornozeleira.
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