Classe artística lamenta morte de Jair Damasceno

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Soberano nas artes cênicas, Jair é lembrado como ousado e gigante

Faleceu, na tarde de quinta-feira (3), Jair Balieiro Damasceno, um dos artistas mais importantes de Mato Grosso do Sul. Damasceno foi bailarino, ator, diretor e professor de teatro. Ele estava internado no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, onde lutava contra um melanona raro no estômago.

O sepultamento aconteceu ontem em cerimônia reservada. Nascido em Tefé, no interior do Amazonas, Jair conheceu o teatro em Manaus e consolidou a carreira de artes cênicas em Mato Grosso do Sul. Ele tinha 73 anos.

Fernando Cruz, ator, diretor e professor, fundador do Teatro Imaginário Maracangalha, destacou a participação na luta pelo teatro e a ousadia do amigo de profissão. “Jair era querido em todos os sentidos. Amoroso, generoso, participou de todas as lutas em defesa do teatro, da liberdade de expressão, das políticas públicas para o teatro, para a cultura. Ele estava sempre presente nas comissões para estudar a lei, pra publicar os editais, para defender o teatro como espaço, como política.” 

“Quando ficou doente ele se reservou, e a tristeza dele, uma das tristezas era ver o Teatro Aracy Balabanian fechado, o não pagamento dos editais, da não efetivação de tudo aquilo por que ele lutou, que era bom para todos, para todos os artistas, para toda a classe artística, que eram os recursos para a cultura, para que a arte nunca parasse, sempre tivesse acesso para todo mundo, e isso sempre com um bom humor, com alegria e uma coragem de falar francamente. Fora isso, a ousadia. Ele sempre foi um artista ousado, nunca foi careta, cafona, para trás, era um cara sempre à frente, um homem do futuro no presente. Essa é a grande referência dele, um grande ser humano. Vai fazer muita falta”, lamentou Fernando Cruz.

Laila Saad Pulchério, produtora do Circo do Mato, lamentou a partida de Damasceno e destacou a inclusão de atores recém-formados nos espetáculos que ele dirigia. “Jair Damasceno é um dos nomes mais importantes do teatro em Mato Grosso do Sul. Se dedicou à formação de artistas do teatro e da dança, comumente incluía os novos atores em seus espetáculos. Muito generoso em seus trabalhos, esteve sempre se reinventando. Tivemos a honra e o prazer de recebê-lo no Circo do Mato e assim compartilhamos de sua dedicação e amor pela arte; nesse momento ele já manifestava novos planos teatrais. Jair deixa um vácuo nas artes, mas também muitos ensinamentos.” 

(Confira a matéria completa na página C3 da edição digital do jornal O Estado)

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