Tricolores reunidos na Capital lamentam eliminação, mas exaltam popularidade do clube longe do Rio
No bairro Tiradentes, região leste de Campo Grande, cerca de 50 torcedores do Fluminense enfrentaram a tensão da semifinal da Copa do Mundo de Clubes reunidos na sede da Flu Pantanal. O Tricolor, único representante brasileiro no torneio, perdeu por 2 a 0 para o Chelsea, em Nova Jersey, com dois gols de João Pedro, atacante revelado em 2019 pelo próprio Fluminense, agora estrela do time inglês, em seu primeiro jogo como titular.
Mesmo com a eliminação, o encontro foi prova de que a paixão pelo clube atravessa distâncias. Fundador da Flu Pantanal, o empresário Thiago Penna lembra que a torcida nasceu em 2013 para manter vivo o vínculo de quem deixou o Rio de Janeiro, mas não o time. “Meu pai é tricolor fanático, cresci indo ao Maracanã quando morava no Rio. Quando vim para cá, juntei quem também sente essa saudade”, explica.
Oficialmente filiada ao Fluminense, a Flu Pantanal tem 75 associados fixos e mais de 300 torcedores que frequentam a sede da torcida. “A gente faz caravana, leva bandeirão. Quando tem jogo no Centro-Oeste, tentamos ir. Ano passado fomos a Cuiabá. Na final da Libertadores também levamos faixa. Sempre tentamos nos fazer presentes para apoiar”, conta Thiago.
Na arquibancada improvisada, entre bandeiras, camisas autografadas e gritos de incentivo, a influenciadora digital Sabrina Feiteira resume o sentimento de quem escolheu torcer de longe. “O Fluminense é emoção. Sem sofrer não é Fluminense.Para ela, a sede também mostra que há muitos tricolores espalhados pela cidade. “Todo mundo acha que sou a única torcedora aqui. Não sou. Hoje tá todo mundo vendo o tamanho da nossa torcida.”
Além da Flu Pantanal, o empresário Renato Guimarães ajudou a criar outra torcida, a CGR Flu, que se uniu ao mesmo espaço, para assistir à partida. “Foi uma junção de grupos. Aqui a gente faz churrasco, decora, coloca bandeira. É irmandade. O Fluminense é tradição, é luta. Mesmo sem ser favorito, mostrou força para chegar até aqui e isso já foi uma vitória e tanto”, afirma.
Para os tricolores, a derrota não apaga o orgulho. “A gente não imaginava chegar tão longe, enfrentamos Inter de Milão, Al Hilal, passamos por cima de muita desconfiança. Nosso time é pequeno em investimento, mas grande em garra”, resumiu Thiago. “Ser Fluminense é isso: lutar até o fim e sair de cabeça erguida”, completou Renato.
Até chegar à semifinal, o Fluminense surpreendeu. Na fase de grupos, o time se classificou em segundo lugar do grupo F, com 5 pontos, atrás do Borussia Dortmund, com 7. Na primeira rodada, o carioca empatou sem gols com o clube alemão. Após, venceu o sul-coreano Ulsan por 4 a 2. Na última rodada, empatou com o Mamelodi Sundowns, time sul-africano.No mata-mata, bateu a Inter de Milão por 2 a 0 e superou o Al Hilal por 2 a 1.
Nesta quarta-feira (9), PSG e Real Madrid decidem quem enfrenta o Chelsea na final do Mundial de Clubes. A final acontece no domingo (13), às 15h. O torneio não tem disputa de terceiro lugar, segundo a Fifa, para que clubes e atletas que não chegaram à final possam retornar mais rapidamente aos seus compromissos.
Por Mellissa Ramos
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