Material gratuito busca romper tabus, orientar pessoas que menstruam e ampliar o debate sobre saúde e direitos menstruais
Nesta quarta-feira (28), Dia Internacional da Dignidade Menstrual, foi lançada a cartilha “Menstruar é natural”, um material educativo gratuito que propõe romper o silêncio em torno da menstruação com informação simples, acessível e direta. A data, celebrada anualmente, é marcada por mobilizações que reforçam a importância de discutir o tema com seriedade, especialmente em um país onde milhares de pessoas que menstruam ainda enfrentam dificuldades para acessar itens básicos de higiene.
Voltada principalmente para adolescentes, jovens e pessoas que menstruam em contextos de vulnerabilidade, a cartilha aborda as fases do ciclo menstrual, sintomas mais comuns, alternativas de higiene disponíveis, dicas práticas para lidar com o período e até um espaço destinado a anotações pessoais. Mais do que um informativo, o material busca ser um instrumento de acolhimento, autonomia e dignidade.
“Precisamos falar de menstruação com mais naturalidade e cuidado. Essa cartilha foi pensada para que cada pessoa possa se acolher, se conhecer e, principalmente, ter acesso a informações claras e didáticas sobre esse tema”, afirma Suely Almoas, presidente da Digix, empresa de tecnologia responsável pela elaboração do material.
A escolha do conteúdo e da linguagem revela a tentativa de ir além do discurso técnico ou institucional. A cartilha quer alcançar quem muitas vezes é deixado de lado pelas políticas públicas e pelos espaços formais de informação — meninas, mulheres e pessoas trans em situação de pobreza, estudantes de escolas públicas, pessoas privadas de liberdade ou vivendo em abrigos.
O lançamento do material soma-se a outras iniciativas voltadas à valorização da saúde menstrual. Em 2023, a Digix já havia adotado uma política de licença menstrual de até dois dias mensais sem necessidade de atestado, prática ainda incomum no setor corporativo. Agora, a cartilha amplia esse debate para além do ambiente de trabalho, reforçando que dignidade também passa por acesso à informação.
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