A senadora Simone Tebet (FOTO) (MDB-MS) admitiu ontem (6) a candidatura do ex-governador André Puccinelli a prefeito de Campo Grande, a partir do que considera essencial para a recuperação do partido na Capital: “O lançamento de um candidato competitivo”. Para ela, essa alternativa seria “imbatível” e acrescentou: “Mas obviamente que isso depende muito da vontade pessoal dele”.
Simone, apesar da ressalva, não escondeu seu entusiasmo com a ideia. “Acho que a população tem saudade do tempo do André prefeito.” E, na sua opinião, o MDB não pode ficar de fora e precisa lançar candidatura própria.
Ela não deixou de lembrar outros nomes do partido mas foi sobre a candidatura do ex- -governador que ela concentrou suas atenções, lembrando inclusive que na sexta-feira (9) ocorre a reunião executiva do MBD com as lideranças, para o partido definir acerca das eleições municipais na Capital e em Mato Grosso do Sul, quando este assunto deverá ser tratado com mais profundidade.
O ex-governador tem negado que pretenda se candidatar, insistindo que pretende apenas ajudar a legenda, mas agora passou a ter seu nome lembrado por lideranças mais expressivas da legenda, como a senadora Simone. E, mais recentemente, André tem se reunido com lideranças e representantes de outros partidos para tratar das eleições do ano que vem, tanto em Campo Grande quanto em outras cidades do Estado.
A senadora Simone, em entrevista ontem, concecida ao programa Boca do Povo, na Rádio Difusora Pantanal, falou também das questões nacionais, voltando a fazer críticas às medidas e declarações mais recentes do presidente Bolsonaro. “O presidente não ajuda. Esse recesso foi um desastre atrás do outro”, comentou ao assegurar que o presidente não precisa de adversário. “Ele é seu próprio adversário porque fala o que pode e o que não deve”, disse, acrescentando que falta ao presidente senso de prioridade. “A prioridade no Brasil é a fome que ele disse que não existe. Temos 13 milhões de desempregados. A prioridade é realmente a retomada do emprego, da renda do trabalhador, de investimentos no Brasil para que entre dinheiro nos cofres da União, dos estados e municípios”, disse a senadora.
Para Tebet o presidente tem “errado na medida” e, como exemplo, ela cita o que deveria ser anunciado como uma vitória do governo, que foi a aprovação da reforma da Previdência no primeiro turno. E ela aponta que, em vez de ele chamar os holofotes para esse fator, que foi inclusive uma promessa de campanha, o presidente acaba soltando declarações polêmicas desviando o foco “para a indicação do filho dele [Eduardo Bolsonaro] para a maior embaixada do Brasil fora do país que é a embaixada americana. Fundamental na relação comercial Brasil e Estados Unidos”.
Questionada se seria uma estratégia do presidente, da chamada técnica da “cortina de fumaça”, ela afirma que isso é discutido em Brasília. Mas entende que, se essa for uma estratégia, ele não está sabendo utilizar do artifício.“Ele está errando no tempo e está errando na dose, se for essa a estratégia. Vamos criar uma cortina de fumaça e fazer tudo que nós queremos fazer e sabemos que a população não quer. De qualquer forma, se for essa a razão, ele está dando um tiro no próprio pé. Em vez de angariar para si os louros do pouco que a gente está conseguindo nesses seis meses do governo dele. Ele aproveita os momentos mais inoportunos para lançar tiradas extremamente infelizes”, analisou a senadora. (Laura Brasil)