Campo Grande virou ponto de parada para tráfico de drogas

Foto: Divulgação/PCMS
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Neste ano já foram apreendidos cerca de 230 quilos de cocaína

Considerada “ouro branco”, o tráfico de cocaína tem aumentado em Mato Grosso do Sul. Segundo os dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), em Campo Grande houve um aumento de 97% no número de apreensões em 2022 e somente neste mês de janeiro, que ainda está em vigência, já foram cerca de 230 quilos apreendidos na Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).

Para o delegado titular da Denar, Hoffman D’Ávila, Campo Grande tem se tornado um “ponto de parada” para o tráfico de drogas. “Infelizmente estamos numa posição favorável aos olhos dos criminosos por conta da nossa fronteira seca que faz divisa com Bolívia e Paraguai, que são grandes produtores de maconha e cocaína. Por isso Campo Grande está se tornando um ponto de parada pro tráfico de drogas aqui no nosso Estado. Também temos observado no trabalho de inteligência que os traficantes de outras unidades da Federação vêm para Campo Grande para fazer o entreposto, dividir e pulverizar a droga para outros estados”, observou.

De acordo com a Sejusp, foram apreendidas 2,5 toneladas da droga em 2021 e 6,1 toneladas em 2022 em Campo Grande, um crescimento de 97% na Capital, que tem sido um entreposto do tráfico de cocaína vinda da Bolívia. Em todo o Estado, foram apreendidas 6,1 toneladas de cocaína em 2021 e 11,2 toneladas em 2022, totalizando um crescimento de 82%. Já neste ano, foram apreendidos mais de 700 quilos do entorpecente.

Diante disso, os esforços conjuntos dos policiais civis, militares e rodoviários federais concentram-se permanentemente na intercepção, apreensão e prisão dos traficantes. “Nós temos essa integração com a Polícia Rodoviária Federal no combate ao narcotráfico. Identificamos quem são os donos da droga, o indivíduo que prepara a droga em Campo Grande e tenta levar para São Paulo, onde o quilo da cocaína é o dobro e até o triplo do valor”, apontou o delegado titular da Denar.

Cabe destacar que, nesta semana, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio da Denar, prendeu um jovem de 20 anos, que conduzia um veículo Hyundai HR HDB, com 200 tabletes de cocaína em um fundo falso, na BR-262, em Campo Grande. A ação contou com o apoio da PRF e após a apreensão foram contabilizados 215,800 kg da droga.

Em quatro dias, 10 bocas de fumo fechadas

O delegado Hoffman também apontou que o tráfico doméstico tem crescido e vem sendo combatido na Capital. Do dia 16 a 20 de janeiro, cerca de dez bocas de fumo foram fechadas em Campo Grande.

Chamado de “tráfico de formiguinha”, esse tipo de crime aumenta os índices de criminalidade como roubos e furtos residenciais e patrimoniais, além de representar um risco para o convívio em sociedade, sobretudo para crianças que residem nessas bocas de fumo. “Nós começamos a dar ênfase na Operação Ômega, que combate o tráfico doméstico ou tráfico de formiguinha. Aumentou bastante os crimes de receptação e furto e por isso incrementamos essa operação com o disque denúncia junto ao trabalho de campo e de inteligência”, afirmou o titular da Denar.

Por fim, o delegado destacou que é preciso fazer “uma varredura” e tirar de circulação os foragidos da Justiça. “Esses indivíduos saem da unidade prisional pior do que entraram ou continuam praticando o tráfico. Nesta última operação, foram 12 autos de prisão em flagrante e ao menos 16 pessoas presas, pois além do fechamento das bocas de fumo nós nos deparamos com pessoas foragidas da justiça. Entre eles, um funcionário da prefeitura com mandado de prisão em aberto e um senhor foragido por estupro de vulnerável, que é um crime repugnante”, finalizou o delegado Hoffman.

Apreensões de cocaína aumentaram 82%

As apreensões de cocaína em Mato Grosso do Sul aumentaram expressivamente no comparativo entre 2021 e 2022, totalizando um crescimento de 82% entre os dois períodos, de acordo com o levantamento da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Em 2021 foram apreendidas 6,1 toneladas de cocaína em todo o Estado. Já em 2022 a quantidade quase duplicou, saltando para 11,2 toneladas. De 1,8 tonelada em 2021, cresceu para 5,4 toneladas no ano seguinte.

Cabe destacar que os novos radares de controle aéreo – dois deles implantados na região de fronteira com o Paraguai (Ponta Porã e Porto Murtinho) e um na região de fronteira com a Bolívia (Corumbá) –, ao custo de mais de R$ 120 milhões, fizeram com que as apreensões aumentassem em razão da interceptação de aeronaves carregadas de drogas.

Já o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, ressaltou que o aumento de apreensões é resultado do investimento em pessoal e qualificação. “Constantes treinamentos, capacitações e treinamentos, por isso reafirmamos o nosso compromisso de valorizar os nossos homens e mulheres que nos projetam como um dos melhores e mais seguros estados do país”, finalizou.

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