Os gastos com o SUS (Sistema Único de Saúde) têm comprometido boa parte da renda dos municípios. Um levantamento feito pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), com base nos dados de 2019, mostra que Campo Grande ocupa na quarta posição entre as capitais que mais gastam com o sistema de saúde, investindo R$ 615,94 por pessoa durante um ano. Em todo o país essa média é de R$ 490,72.
No entanto o coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS, Adriano Sergio Meira, revela que, com o passar dos anos, os municípios têm tido maior responsabilidade com o pagamento dessas contas, principalmente as capitais. Mas isso se deve ao fato de que, na maior parte dos estados, são as capitais que possuem maior número de habitantes.
“Com o aumento significativo do desemprego, especialmente a partir de 2015, muitos perderam seus planos de saúde, ampliando a demanda por serviços na rede púbica. Como é de responsabilidade dos municípios a gestão plena da atenção básica, as cidades estão ampliando gradativamente seus gastos para compensar a redução do governo federal e manutenção dos gastos estaduais estados”, destacou Meira.
Segundo os dados oficiais, só as despesas municipais com recursos próprios aumentaram 53% entre 2008 e 2019, passando de R$ 59,9 bilhões para R$ 91,5 bilhões, com valores atualizados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), passando de 29% para 31,3% dos gastos públicos. Logo Campo Grande, com R$ 615,94, se encontra na quarta posição do ranking das capitais com maior investimento em saúde. Lideram o levantamento: Teresina (PI); São Paulo (SP) e Vitória (ES), que gastaram respectivamente, R$ 703,76; R$ 673,71 e R$ 667,70. A com pior investimento foi Macapá (AP), com R$ 173,74.
(Texto: Amanda Amorim)
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