O ministro das Relações Exteriores do Governo Jair Bolsonaro, Ernesto Araújo, revelou ontem (22), durante o encerramento da VIII Reunião do Grupo de Trabalho do Corredor Rodoviário Bioceânico, que está conversando com o governador Reinaldo Azambuja para criar um escritório do Itamaraty em MS a fim de auxiliar com demandas e questões diplomáticas entre os países da rota.
“A ideia coloca o Itamarati de forma que, mesmo pequena, seja eficiente e que possa ser útil para saber quais são as prioridades do Estado e o que nós podemos fazer no nível do governo federal e do Itamaraty especificamente sobre tudo na relação internacional. Estamos mais convictos ainda de que é importante ter a integração não burocrática em nível de aduanas e na parte da Justiça Federal para que o trânsito depois seja o mais fluído possível. Então, me comprometo a trabalhar para que já se comece a trabalhar a questão das aduanas, para que os ganhos que a rota venha a proporcionar não sejam afetados e prejudicados pelas burocracias”, disse Araújo se comprometendo também a diminuir os entraves burocráticos que complicam a vida dos exportadores.
O ministro ainda lembrou do esforço do governo para tirar grandes projetos de infraestrutura do papel. “Estamos tirando o Brasil do papel, temos certeza de que mais do que unir os dois oceanos estamos promovendo uma integração aberta. Estamos certos de que este corredor vai gerar novos mercados, tanto na região quanto aproveitando as oportunidades com o restante do mundo, não queremos que ele seja apenas um corredor de passagem e sim um corredor de integração entre os quatro países participantes do projeto, tenho falado deste tema com grande prioridade, este tema surfe de maneira muito clara e os quatro presidentes. Eu sempre brinco que o Ministério das Relações Exteriores tem de ser também o ministério das relações interiores. Precisamos atuar nos estados de fronteira, queremos estar junto com MS para ajudar a aproveitar as oportunidades.”
‘Um sonho sonhado durante muitos anos, rota está virando realidade’
De volta ao comando, o governador Reinaldo Azambuja destacou que a Rota Bioceânica foi durante muito tempo um sonho, mas que agora se tornou realidade. “Eu não tenho dúvida de que a consolidação do corredor aumenta a competitividade do Brasil, de MS talvez e do Eestado, que ganhará mais por estar no início do corredor, mas eu não tenho dúvida de que a consolidação das obras vai acontecer até 2022 e 2023, e teremos um corredor organizado aumentando a competitividade das exportações e barateando, já que com o corredor t e r e m o s condições de trazer os produtos cons u m i d o s pelos brasileiros. Quando você melhora a logística você compete com igualdade com países que têm uma logística muito mais avançada que a nossa”, destaca.
Investimentos privados já começaram
O empresário Meodi Vicari é um dos que já começaram a investir na região e destaca que os benefícios farão de MS o centro da América do Sul. “Construiremos estacionamentos de triagem com capacidade para 400 caminhões na primeira etapa e outros 400 na segunda etapa. Valor do investimento na primeira etapa de R$ 8 a R$ 9 milhões e na segunda etapa outros R$ 10 milhões.”
“Eu frequentava e levava as minhas crianças em pescarias, e sempre visualizei o problema de ter os caminhões parados e estacionados nas pistas por falta de local, e pelo fato de ter participado das duas coitivas para o Chile, me deu a vontade de apostar. Fizemos o projeto para concluir uma etapa de imediato para atender quem tá operando, acho que vai mudar totalmente o turismo, o comércio, seremos o centro da América do Sul e, com certeza, todos os setores da economia serão alcançados”, destacou orgulhoso. (Michelly Perez)