Bicampeão paralímpico, Fernando Rufino defenderá título no Mundial de Milão

Foto: Jonne Roriz
Foto: Jonne Roriz

“Cowboy de Aço” e Debora Benevides viaja com a seleção brasileira para competição de 20 a 24 de agosto

 

O sul-mato-grossense Fernando Rufino embarca nesta quinta-feira (14) com a seleção brasileira de paracanoagem rumo ao Campeonato Mundial da modalidade, que será disputado entre os dias 20 e 24 de agosto, em Milão, na Itália.

Além do atleta, Mato Grosso do Sul será representado pela campo-grandense Débora Benevides, também na VL2. Ela conquistou vaga no Mundial ao vencer as duas etapas da Copa Brasil em 2024 e, em maio, garantiu a prata na Copa do Mundo em Poznan. Para Débora, será mais uma oportunidade de competir no mais alto nível internacional e consolidar o trabalho da temporada.

A viagem tem significado especial para Fernando. Foi no mesmo local, em 2015, que ele conquistou a primeira vaga paralímpica brasileira na modalidade, para as Olimpíadas do Rio 2016, marco que abriu caminho para os dois ouros olímpicos que viriam nos Jogos de Tóquio 2020 e Paris 2024.

Aos 40 anos, Rufino chega como atual campeão mundial e bicampeão paralímpico na categoria VL2, voltada a atletas que utilizam tronco e braços na remada. Ele reconhece que o título e o retrospecto aumentam a responsabilidade, mas evita se acomodar. “Carregar o título dá um frio na barriga. Todo mundo se prepara em cima das marcas que batemos no último campeonato, mas cada competição é uma nova história e temos que estar preparados para não deixar esse peso atrapalhar”.

Rufino iniciou a trajetória na canoagem em 2012, sete anos após o atropelamento que comprometeu os movimentos das pernas e interrompeu o sonho de ser peão de rodeios. O Mundial em Milão desperta no atleta, lembranças de dez anos atrás. “Foi lá onde conquistei a primeira vaga paralímpica, em 2015. Voltar agora, remando nas mesmas águas, carregando toda a minha trajetória, é muito emocionante e me motiva a dar o melhor de mim”, afirma.

No currículo, o sul-mato-grossense acumula importantes títulos na competição, como a prata na edição de 2014, o bronze em Milão no ano de 2015, além do ouro em 2023 na Alemanha e em 2024, na Hungria. O atleta carrega na bagagem o recente bicampeonato paralímpico em Paris e Tóquio, com direito a recorde olímpico. Na temporada atual, foi prata na Copa do Mundo de Paracanoagem, em Poznan, na Polônia, atrás apenas do paranaense Igor Tofalini, parceiro constante de pódio.

Para manter o alto nível, ele e a equipe fazem ajustes diários. “Estamos sempre revisando técnica, buscando evolução, porque o esporte não para. O objetivo é chegar à melhor forma física e mental possível”, explica. Rufino também destaca o papel do Bolsa Atleta, na categoria ouro, como fator decisivo para a preparação. “Esse incentivo nos dá segurança para investir em equipamentos, alimentação e treinos de alto nível. Isso me permite representar nosso estado no pódio mais alto”, afirma.

Com foco total na disputa, ele também mantém os planos a longo prazo. “Quero conquistar a vaga para Los Angeles 2028 e, depois, pensar na minha vida de peão, andar a cavalo, mexer com gado e levar a mensagem do esporte para todo o Brasil. Quero deixar um legado de que é possível sair de uma cidade simples e, com apoio e trabalho, chegar ao pódio mais alto do mundo”.

A delegação brasileira retorna ao país no dia 25 de agosto, logo após o encerramento do Mundial. Para Rufino, será mais do que a defesa de um título, masa oportunidade de remar novamente no palco onde iniciou sua trajetória paralímpica e reforçar o compromisso com o esporte. “Cada campeonato é um novo ciclo, e o que me faz ganhar não é o favoritismo, e sim a certeza de um treinamento muito bem feito e a vontade de vencer”, resume.

Por Mellissa Ramos

/

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *