Após superar AVC, professor tenta segundo milagre com renda

Oswaldo Ribeiro, tenta sobreviver com ajudas que complementem LOAS de R$ 1.040,00

Ao lado do filho Pedro Henrique, de 15 anos, Oswaldo Ribeiro é um herói anônimo, daqueles que vivencia um milagre, e tenta realizar no dia a dia outros milagres, como o de voltar a trabalhar, ou o de sobreviver com R$ 1.040,00. Depois de superar cinco AVCs, e, hoje estar bem o bastante para contar a própria história, o professor de matemática, com 38 anos de magistério sonha com o retorno à sala de aula.

“Quero trabalhar e vou trabalhar. Porque consegui depois que voltei a andar, e vou conseguir isso em 2021. É um sonho, estou forte, e pronto, e preciso para sustentar o meu filho. Moramos em um quarto alugado hoje, é um recomeço. Quem sabe se o professor fosse mais valorizado no Brasil eu não estaria assim. Porque todo mundo se torna o que é, na profissão que escolher, porque um dia teve o professor no seu caminho, para lhe orientar”, destaca Oswaldo, que na sua trajetória profissional trabalhou em Campo Grande, Terenos, Anastácio e Aquidauana.

Na visão dele, viver hoje, ainda longe de se aposentar, a dificuldade para viver tem um culpado: a roubalheira no Brasil. “Nosso país despreza o professor, talvez por isso sejamos essa sociedade atual. Se tem um motivo de tudo ser assim, de pessoas que superam um AVC terem que viver com R$ 1.040,00 é por conta da política. Mas vou superar isso, e acredito ainda no coração das pessoas”, diz o docente, que escolheu a matemática graças a um conselho do pai, quando ainda nem tinha ido para a escola.

“Matemática é tudo, está em tudo, nada se faz sem ela. Isso eu aprendi com meu pai enquanto trabalha com ele na roça, aos 7 anos de idade. E mostro ao Pedro todos os dias” conta.

Junto ao filho que é seu melhor amigo, Osvaldo anda por toda a cidade à pé, a fim de se recuperar dos danos causados pelo acidente vascular cerebral e também como forma de gratidão pela vida, por poder levantar todos os dias e ir à luta, já que ficou por quase 1 ano acamado.

Doação solidária

Depois de sete meses debilitado, Ribeiro percebeu que não tinha forças para trabalhar, e então, decidiu recorrer ao (LOAS), benefício mensal à pessoa portadora de deficiência. No entanto, o auxílio que recebe é insuficiente para a sobrevivência dele e do filho, que moram em um quarto no Bairro Leblon.

A partir do ano que vem (2021), seu Oswaldo quer estar em sala de aula, formando cidadãos qualificados para o mundo, mas agora, ele busca ajuda para poder se sustentar com Pedro Henrique, fruto de seu casamento com a esposa, que faleceu em 2010, na luta contra o câncer.

Os interessados em ajudar podem entrar em contato com Oswaldo pelo telefone (67) 9 9138-2362. Além das contribuições financeiras, insumos, cestas básicas, entre outros, podem ser entregues em sua residência, localizada no Jardim Leblon, o endereço completo deve ser confirmado via telefone celular.

(Texto: Danilo Galvão e Karine Alencar)

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