Após oitavo caso de raiva em morcego, CCZ realiza bloqueio em bairro e intensifica vacinação

Foto: divulgação
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Equipes da Coordenadoria de Controle Zoonoses (CCZ) estão realizando uma ação de bloqueio contra a raiva no Bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, região do Tiradentes, em Campo Grande, devido à confirmação de mais um caso de morcego positivo para a doença. Este é o oitavo caso registrado na capital sul-mato-grossense neste ano.

A ação inclui a vacinação de animais não imunizados contra a raiva e a orientação dos moradores sobre os cuidados necessários. A médica veterinária da CCZ, Maria Aparecida Conche Cunha, destaca a importância da vacinação dos animais como única forma de proteção contra a doença, que é incurável nos animais e fatal em 100% dos casos. A raiva é uma zoonose que pode afetar seres humanos e é transmitida por mordidas, lambidas ou machucados causados por mamíferos contaminados, incluindo morcegos, cães e gatos.

No ano passado, foram registrados apenas dois casos de raiva em morcegos em Campo Grande. O último caso de raiva humana na cidade foi em 1968. Quanto a cães e gatos, o último surto ocorreu em 1988, com um caso isolado em 2011 de raiva canina, transmitida por um morcego contaminado.

Orientação

A população é orientada a isolar qualquer morcego encontrado em casa ou no quintal, entrar em contato com o CCZ por telefone e evitar que animais de estimação tenham contato com o morcego. Se alguém for mordido por um animal doméstico ou silvestre ou entrar em contato direto com um morcego, deve procurar imediatamente uma unidade de pronto atendimento (UPA/CRS) próxima.

Vacinação antirrábica

Em julho deste ano, teve início em Campo Grande a Campanha Anual de Vacinação Antirrábica. A meta é imunizar 80% da população estimada em 287.768 cães e gatos, mantendo assim o controle da doença em Campo Grande. As doses são gratuitas e protegem os animais contra a raiva, que é fatal.  Paralelamente também será realizado o novo censo para contabilizar o número de animais na Capital. As equipes trabalharão realizando a contagem e vacina concomitantemente.

Ao longo da campanha os servidores irão percorrer as sete regiões urbanas e distritos do município, seguindo um cronograma pré-estabelecido. Desde 2005 é feito o trabalho de vacinação de casa em casa.

Para receber a vacina o cão ou gato deve ter no mínimo três meses de idade e estar saudável. “Não há outras contraindicações à vacina antirrábica, inclusive ela é a única vacina obrigatória, conforme estabelecido em lei”, enfatiza a médica veterinária.

Apesar de não haver novos casos de raiva em cães e gatos há mais de uma década, a vacina antirrábica é obrigatória em todo território nacional e Campo Grande é vigilante na cobertura vacinal de cães e gatos, haja visto ser uma área com morcegos diagnosticados positivos para a doença.

“Estes animais são parte da fauna sinantrópica urbana e isso nos traz o alerta de que, embora esteja controlada nos nossos pets, esta doença permanece circulante em outros mamíferos e não pode ser negligenciada pelos tutores”, diz.

É imprescindível a colaboração de todos os tutores de cães e gatos, recebendo os agentes do CCZ que estarão executando suas atividades desta forma também cuidando da saúde da população humana.

Os servidores estarão uniformizados e portando crachá de identificação funcional. Caso o morador desconfie de alguma atitude suspeita ou queira tirar alguma dúvida sobre a ação o órgão disponibiliza o número 67 3313-5000.

Ponto fixo de vacinação no CCZ

Caso o tutor não esteja em casa no momento em que a equipe estiver no bairro será deixado um comunicado para que o tutor leve o animal ao CCZ para a aplicação da  vacina antirrábica. O órgão funciona aos sábados, domingos e feriados, das 07h às 21h (segunda a sexta) e das 06h às 22h (sábados, domingos e feriados).  O CCZ está localizado  na Avenida Filinto Muller, 1601 – Vila Ipiranga.

Doença

A Raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. É uma doença infecciosa viral aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda levando à morte em quase a totalidade dos infectados sendo de grande relevância para a saúde pública.

A CCZ esclarece que há morcegos positivos para a Raiva no município sendo primordial a vacinação de cães e gatos uma vez que estes podem entrar em contato com morcegos que também podem transmitir a doença.

As campanhas de vacinação de cães e gatos associadas às demais medidas de controle, como a profilaxia antirrábica humana para pessoas expostas ao risco de contrair raiva (vacinas pré-exposição e pós exposição), resultaram em significativa redução de casos da doença em seres humanos. Como medidas de prevenção, a orientação é que morcegos ou outros animais silvestres jamais sejam tocados, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.

Caso algum morcego seja encontrado vivo ou morto em situação anormal (por exemplo, caído no chão ou pendurado em janelas, cortinas, em cima da cama entre outros locais ou comportamentos não habituais) é necessário solicitar seu recolhimento ao CCZ.

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