Após Bolsonaro duvidar de igualdade salarial, mulheres reagem com tuitaço

Diculgação
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Com as hashtags #PL130SancionaPresidente, #IgualdadeSalarialSemVeto,  #TrabalhoIgualSalárioIgual, #DesigualdadeSalarialTemMulta, #BancadaFeminina e #SenadoFederal sob o brado de “Vamos juntos pedir apoio contra a discriminação salarial entre homens e mulheres. Queremos igualdade e respeito”, a bancada feminina do Senado Federal reagiu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele afirmou que acabar com a diferença salarial pode piorar a situação feminina.

As senadoras promoveram o tuitaço nesta tarde de sexta(23) para pressionar Bolsonaro a sancionar o PLC 130/2011 que estabelece multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que desempenhem a mesma função. Aprovado a quase um mês por unanimidade, após mais de dez anos de tramitação, o PL foi questionado na tarde da quinta (22), do presidente. Bolsonaro ainda disse que vai levar em consideração os comentários feitos no YouTube e em uma enquete de um jornalista apoiador para decidir se veta ou sanciona a Lei.

“Qual a consequência disso aqui  vetado ou sancionado? Vetado vou ser massacrado. Sancionado: vocês acham que as mulheres vão ter mais facilidade de encontrar emprego ou não? Então vamos aguardar a resposta na segunda-feira, se eu sancionar, como vai ser o mercado de trabalho para a mulher? Está difícil para todo mundo, para mulher é mais difícil. Pode acontecer que o pessoal não contrate ou contrate menos mulheres. Não vou discutir o mérito, segunda-feira, vou ver aqui nos comentários da live se devo sancionar ou vetar o projeto que aumenta e muito a multa trabalhista”, disse o presidente.

Líder da bancada e uma das principais articuladoras da proposta no Congresso, a senadora Simone Tebet (MDB-MS),  comentou a ação presidencial. “Fico muito tranquila. Tenho convicção de que a maioria mais que absoluta da população brasileira, inclusive dos homens, reconhece a importância, inclusive econômica, da mulher. É mais do que justo, mas também economicamente eficiente, você igualar salários de homens e mulheres que ocupem as mesmas funções na iniciativa privada”, afirmou.* 

No entanto, Simone colocou dúvidas sobre a enquete apontando para os seguidores “robôs” do presidente. “Se a enquete for correta, justa, não temos medo nenhum do resultado. Agora, não podemos aceitar trocar a legitimidade do Congresso Nacional por robôs que aceitam dizer o que a pessoa que provocou a enquete quer ouvir”, afirmou.

A questão faz parte do conjunto de boas práticas internacionais reunidas sob o selo ESG (traduzindo para ambiente, social e governança). Aliás, um dos critérios do Tesouro Nacional  para fazer emissões soberanas com o selo ESG, atraindo dinheiro mais barato de investidores estrangeiros para o País é a igualdade salarial entre os gêneros, a participação das mulheres no parlamento (no qual o Brasil tem desempenho pior do que a média de países) e como está a quantidade de mulheres e homens na força de trabalho. neste quesito o Brasil está melhor, porém abaixo das nações de primeiro mundo.

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