Dos 364 mil empresários sul-mato-grossenses, apenas 131.040 (36%) contribuem para a Previdência Social, segundo dados de um estudo feito pelo Sebrae-MS com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o resultado, o Estado fica em 9° lugar no ranking nacional. O número de empreendedores que recolhem contribuições para garantir a aposentadoria é considerado baixo no país. Dos 28,2 milhões de donos de negócios brasileiros, 37% são segurados da Previdência. Isso significa que a cada dez empresários, quatro são contribuintes.
A falta de confiança da população no regime de Previdência leva a um descrédito aliado à atual situação econômica do país. “O brasileiro tem um senso imediatista, não pensa que vai sofrer acidentes ou que vai precisar da Previdência. O desemprego também é um problema, e os profissionais autônomos não conseguem uma renda extra para pensar no futuro, eles vivem no limite. Colocam a sobrevivência em primeiro lugar”, explica a gerente de Gestão Estratégica do Sebrae-MS, Sandra Amarilha.
A formalização dos empresários influencia em muito na contribuição previdenciária, já que 73% dos empreendedores com CNPJ contribuem para a Previdência. Nos informais, a proporção cai para 19%. O setor que mais contribui no Estado é o da agropecuária, representado por 47% dos donos de negócios.
Ainda conforme a análise do Sebrae, o empreendedor mais estruturado, que formaliza o negócio e tem maior escolaridade, é o que mais adere à Previdência. Já os menos estruturados, informais, sem sócios e empregados, são os que têm menor proporção de contribuintes.
O levantamento analisou dados do primeiro trimestre do ano e foi realizado com os chamados “donos de negócio”. O termo reúne empregadores que exploram o próprio empreendimento, com pelo menos um funcionário, como os MEI (microempreendedores individuais); e os conta-própria, que atuam sozinhos ou com um sócio, mas não têm empregados. Neste caso, podem ser tanto empreendedores formalizados, como as ME (microempresas), ou os profissionais informais, por exemplo.
Um dos principais benefícios da formalização é a aposentadoria. No caso do MEI, a alíquota mensal de contribuição é menor do que outras categorias, como os autônomos. A analista técnica do Sebrae-MS, Renata Maia, afirma que os mais velhos continuam a maioria interessada no futuro. “Pelos clientes que nos procuram, as pessoas mais interessadas em se formalizar para contribuir com a Previdência têm mais de 50 anos. Os mais novos não têm tanto essa preocupação”, finaliza. (Marcus Moura com Sebrae)