Aparições de cobras em áreas urbanas inquieta os campo-grandenses

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[Texto: Ana Cavalcante, Jornal O Estado de MS]

Jiboias, caninanas, cascavéis, ao todo, na Capital, foram realizadas 10 apreensões de cobras só nesta semana, segundo o levantamento realizado pela PMA (Polícia Militar Ambiental). Moradias próximas à região de mata, a busca por uma presa e altas temperaturas são alguns dos fatores que ajudam a explicar as aparições em área urbana. Em Campo Grande, as cobras foram capturadas na região do Pioneiro, Maria Aparecida Pedrossian, Damha 1, Vila Nova, Coophavila 2, Dahma 2, Jardim Veraneio, Parque dos Poderes e Rodovia BR 163.

A quantidade de cobras circulando na Capital na última semana assusta moradores, que se impressionam por seus tamanhos e, em especial, pela diversidade de espécies. No bairro Coophavila 2, foi capturado, na terça-feira (9), uma cobra caninana; no domingo (7), uma jiboia chamou atenção ao atravessar a rua do Parque dos Poderes. Na rua Alamedo Cedro Vermelho, Residencial Damha 2, uma cascavel foi resgatada.

Por vivermos num estado de vastas áreas de mata, encontrar uma serpente durante uma caminhada, próximo de um parque ou áreas próximas de córregos pode não ser incomum. Além das altas nas temperaturas e a entrada cada vez maior das pessoas em áreas de vegetação, fatores que influenciam as aparições em áreas urbanas. Nos dez casos relatados na Capital, todos foram capturados sem acidentes graves, contudo, diversos moradores foram flagrados próximo ao animal, tentando fazer fotos e gravar vídeos. Conforme explica a Profª Drª Paula Helena, Coordenadora do Biotério UCDB, um dos grandes motivos de acidentes ofídicos em perímetro urbano é principalmente a tentativa de se aproximar do animal.

“Acidentes ocorrem quando as pessoas não percebem a presença do animal e tocam acidentalmente nele, ou na maioria das vezes é a primeira situação que citei. Essa tentativa de selfie, essa tentativa de tocar no animal, as serpentes são animais silvestres, como qualquer animal silvestre, ela não tem essa predileção pela presença humana, pelo toque nela”, explica a coordenadora.

Segundo a bióloga, devido ao grande número de pessoas que residem na cidade e mantêm atividades rurais, como frequentar fazendas, sítios e chácaras, essa é outra possibilidade para aparição dos animais na cidade.

“Vou citar um exemplo, um casal de idosos, que foi à casa da filha e trouxe caixa de mandioca, caixa de bananas, e acabou trazendo nesse material, um filhote de cascavel. Então, pode acontecer. São circunstâncias que podem propiciar essa situação. Então, é dessa maneira que são as formas mais propícias de acontecerem esses encontros. Esse convívio direto com as áreas verdes, com o entorno da cidade, pode trazer esse encontro”, comenta.

PMA recomenda

Diante do atual cenário, a Polícia Militar Ambiental destaca a importância de tomar precauções ao encontrar serpentes, como observar cuidadosamente o local de caminhada. “Evitar pisar em locais onde não se pode visualizar claramente o chão e ter cuidado ao colocar as mãos em locais de difícil visibilidade pode ajudar a prevenir acidentes, observar atentamente o local de caminhada. Além disso, ao encontrar uma serpente é crucial não subestimar o animal, independentemente de ser ou não uma espécie venenosa. O correto é sempre considerar que a serpente pode representar um risco à saúde e evitar tocá-la sob qualquer circunstância, reduzindo assim as chances de acidentes”, reforça a PMA.

Matar animais silvestres é crime

Todos os animais desempenham papéis cruciais no equilíbrio do ecossistema e na cadeia alimentar, portanto, matar ou maltratar animais silvestres é considerado crime e pode resultar em desequilíbrios  graves entre as espécies. A PMA enfatiza que matar ou maltratar animais silvestres não apenas é considerado crime, mas também pode causar desequilíbrios graves entre as espécies.

“De acordo com Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, a multa é de: R$ 500,00 (quinhentos reais) por indivíduo de espécie não constante de listas oficiais de risco ou ameaça de extinção; e R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive da Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção”, ressaltou.

Em casos de aparecimento de serpentes em residências, é fundamental manter uma distância segura do animal e não tentar capturá-lo por conta própria. A melhor atitude a ser tomada é entrar imediatamente em contato com a Polícia Militar Ambiental. O número para contato é 679984-5013.

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