Segundo a Amhasf, 42 mil pessoas não possuem casa para morar
Por Marina Romualdo – Jornal O Estado MS
Em Campo Grande, mais de 42 mil pessoas não possuem moradia para sobreviver, segundo dados da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). Além do valor do aluguel, a falta de emprego e a alta da inflação, tem sido algumas das dificuldades enfrentadas pelas famílias.
A Amhasf mostra que o déficit habitacional integra uma família com quatro pessoas por núcleo na Capital. O economista, Eugênio Pavão afirma que a falta de habitação no Brasil é um dos maiores problemas econômicos e sociais.
“Diante da situação precária, as famílias estão tentando apenas sobreviver com o pouco que tem. Com a pandemia, a queda da renda, o subemprego. O desemprego levou a caída do padrão de vida de várias pessoas. Que buscaram economizar com moradia para não perder o consumo de alimentos, cesta básica e entre outros”, dispara.
Realidade – Desempregados, Sara de Oliveira, de 26 anos, e Vinicius Moura, de 30 anos, ainda não conseguiram a oportunidade de comprar a tão sonhada casa própria e também não conseguem viver de aluguel. O casal mora com os quatro filhos em um barraco que fica localizado no bairro Los Angeles.
A equipe de reportagem do Jornal O Estado foi até o local e conversou com a família. “Nós morávamos em outro bairro e estávamos pagando o aluguel de R$ 300,00. Com o aumento na inflação, tivemos problema com a economia, pois, o valor de tudo aumentou. Como não tínhamos dinheiro para nada, não tivemos a opção de comprar uma casa”.
Com isso, a saída encontrada pela família foi ocupar uma área e construir o próprio cantinho. “Decidimos nos mudar para essa área de invasão para conseguir sobreviver com nossos filhos. Meu marido trabalhava como ajudante de construção, mas foi mandado embora para empresa diminuir os gastos. Nos últimos dois anos, estamos garantindo a compra da comida com o Auxílio Brasil e com o Cartão Mais Social”, lamenta Sara.
Durante a reportagem, encontramos a Amilrisa Ribeiro, de 52 anos. Ela está morando em um barraco há dez dias. “Como o aluguel está muito caro, tive que decidir entre continuar pagando ou cuidar da minha saúde. Pela crise econômica, optei em morar aqui e comprar meus remédios e a comida”. Amilrisa mora sozinha e não consegue emprego por conta dos problemas de saúde.
Principais fatores – Os dados divulgados neste mês pela Fundação Getúlio Vargas mostra que o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) registrou alta de 0,21% em julho. Com esse resultado, o acumulado dos últimos 12 meses ficou em 10,08%. Já o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de junho, em Campo Grande, ficou em 0,64%, 0,37 ponto percentual acima da taxa de 0,27%, registrado no mês anterior, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 12,06%. Nove grupos de produtos e serviços foram pesquisados na Capital e oito tiveram alta de preços no mês de junho. Entre as maiores variações mensais, a habitação ficou em terceiro lugar com (1,22% e 0,18 p.p. de impacto).
A taxa de desemprego no Estado ficou em 6,5% no primeiro trimestre de 2022 que vai do mês de janeiro a março, segundo a Pnad Contínua Trimestral (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Leia a edição impressa do Jornal o Estado MS e faça sua assinatura aqui
Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.