Para o presidente das auto-escolas fazer a diferença, mudanças precisam ser praticadas no dia a dia
O novo Código de Trânsito Brasileiro aprovado na terça-feira (22) na Câmara dos Deputados virou assunto entre os condutores campo-grandenses que enxergam algumas das alterações como positivas, desde que tenham a colaboração da população e uma fiscalização mais firme para fazer valer o cumprimento, caso entre em vigor.
As modificações que foram para sanção, se aprovadas passam a valer 180 dias após serem publicadas no Diário Oficial da União. Uma das principais mudanças propostas prevê que em casos de lesão corporal e homicídio causados por motorista embriagado, mesmo que sem intenção, a pena de reclusão não pode ser substituída por outra mais branda, que restringe direitos.
O aumento na validade da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para dez anos para condutores com menos de 50 anos de idade, e renovação a cada três anos para pessoas acima de 70 anos. Outras modificações estão na obrigatoriedade do uso de cadeirinha para o transporte de crianças de até 10 anos que ainda não atingiram 1,45 metro; além de tornar todas as multas leves e médias puníveis apenas com advertência, caso o condutor não seja reincidente na mesma infração nos últimos 12 meses.
O projeto também prevê limites diferentes de pontuação na carteira de motorista, antes da suspensão, no prazo de 12 meses: 40 pontos para quem não tiver infração gravíssima; 30 pontos para quem possuir uma gravíssima; 20 pontos para quem tiver duas ou mais infrações do tipo.
Para o presidente do SindcfcMS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado do Mato Grosso do Sul) Wagner Prado, todas as alterações são positivas, mas que para fazerem a diferença precisam ser praticadas no dia a dia e ter a colaboração da população e auxílio de fiscalização.
“Antes que houvesse essas alterações foi feito todo um estudo, não existem medidas de afrouxamento para abertura de infrações, são modificações necessárias que serão válidas para o dia a dia. O que precisamos é de uma sociedade mais consciente, condutores que atendam todas as regras do CTB, aliados a uma boa fiscalização para que todas as mudanças sejam cumpridas”, comentou.
Favorável às alterações do código, o sócio e proprietário da autoescola Drive, Wesley Martins Lourenço, de 31 anos, também aponta a necessidade de fiscalização das medidas. “Podemos ver na Capital várias infrações sendo cometidas, as pessoas aprendem a forma correta de se portar nas ruas dentro das autoescolas, mas não levam isso para fora daqui. Se as novas medidas entrarem em vigor é necessário todo um trabalho de fiscalização”, ressaltou.
Já o comerciante Kalil Campos, de 57 anos, está dividido entre as alterações. Segundo ele, algumas medidas são essenciais, mas outras não deveriam ser mexidas. “Para quem causa acidentes e até mata pessoas no trânsito sob efeito de álcool ou droga deve mesmo ter penas mais rigorosas, agora aumentar o número de pontuação, mesmo que exista uma regra para cada uma delas é desnecessário” declarou. “Se é para fazer a população seguir um regimento firme, não tem que estender pontuação, dando flexibilidade para as pessoas cometerem mais infrações”, opinou.
Para conferir a reportagem completa e outras notícias acesse a Edição Digital do Jornal O Estado MS
(Texto: Dayane Medina)