Alta no preço da carne é de 20% em cinco meses

Reprodução/Internet
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O corte da costela teve a maior elevação de preço entre os mercados pesquisados na Capital

O preço da carne em Campo Grande aumentou 20% em cinco meses. A diferença observada, que teve como referência os valores praticados no início do ano, foi constatada por meio de pesquisa realizada nesta semana pelo jornal O Estado. O corte com o maior encarecimento foi o da costela. O quilo da carne, vendido a R$ 19,98 em janeiro, subiu para R$ 23,98 neste mês.

O levantamento feito pela reportagem indica que todas as partes do bovino sofreram aumento desde o início do ano, fenômeno em consonância com a queda no consumo do produto e busca por outros alimentos como alternativa barata. No cenário nacional, a elevação é maior ainda. Segundo o Índice de Preços no Consumidor (IPCA), elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço da carne aumentou 35% em todo o país.

Entre as carnes que mais tiveram aumento, a costela custava R$ 19,90 no Supermercado Pires, em janeiro deste ano. Em maio, subiu para R$ 21,90, uma diferença de 10%. No Supermercado Duarte, o mesmo corte valia R$ 21,79. Nesta semana, o quilo não era vendido por menos de R$ 23,49, aumento de 7,8%. No açougue Big Beef, o músculo era cobrado a R$ 29,98 no início do ano. Agora, o valor foi para R$ 34,98, ou R$ 5 de aumento e variação de 16,7%.

Numa relação de preços, nesse último estabelecimento é possível comprar o corte bovino mais caro do açougue, o da picanha, por R$ 87,98. O filé mignon está R$ 78,98 o quilo; alcatra, R$ 42,98; patinho, R$ 40,98; capa do contrafilé, R$ 36,98; agulha, R$ 34,98; coxinha da asa, R$ 19,98.

No Supermercado Pires, o quilo da picanha sai por R$ 53,90; filé mignon, R$ 40,90; alcatra, R$ 41,80; patinho, R$ 37,90; capa do contrafilé, R$ 33,90; agulha, R$ 31,90; músculo, R$ 28,90; coxinha da asa, R$ 14,79.

Com o preço da picanha mais barato entre os locais pesquisados, no Supermercado Duarte o quilo do corte é vendido a R$ 48,90. O filé mignon custa R$ 46,90; alcatra, R$ 39,99; patinho, R$ 36,99; capa do contrafilé, R$ 33,49; agulha, R$ 30,49; músculo, R$ 30,45; coxinha da asa, R$ 14,99.

Um dos principais fatores que explicam a alta nos preços está relacionado ao aumento da demanda internacional pela carne brasileira. De acordo com a economista Daniela Dias, da Fecomércio-MS, o produto está bastante visado no exterior. 

“A carne está bastante atrativa no mercado internacional em razão da valorização do dólar em relação ao real. Diante dessas circunstâncias, boa parte desse produto, que é produzido aqui no Estado e pelo Brasil, acaba sendo destinada ao mercado internacional. Então, de um lado, nós tivemos esse aumento da demanda e, do outro, houve aumento da procura mundial”, explicou.

A  economista pontua ainda que outros motivos elevaram os preços, como a corrida aos supermercados pela população, logo no início da pandemia, a alteração no comportamento do consumidor em virtude do isolamento social, além do período entressafra, que compromete o desenvolvimento do gado. 

“A gente pode ter uma seca um pouco mais significativa. Com isso, percebemos que o crescimento do capim é prejudicado. Os bois e as vacas acabam indo para um regime de engorda mais semi- -intensivo em razão dessa dificuldade do pasto. Assim, a gente observa que o gado engorda de forma mais vagarosa”, esclareceu Dias.

(Felipe Ribeiro)

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