Adriane Lopes troca secretários e deve fazer mais alterações

Foto: Izqaias Medeiros/CMCG
Foto: Izqaias Medeiros/CMCG

Foram feitas 14 substituições ocorridas em cargos dentro da prefeitura

A prefeita da Capital, Adriane Lopes (Patriota), já trocou comandos de pastas importantes em Campo Grande e deve continuar. Ela segue fazendo mudanças e inserindo aliados no Paço Municipal a fim de renovar a gestão e dar ao primeiro escalão a sua cara. Já foram substituídos comandos das secretarias de Governo, Educação, Gestão, Funsat e importantes cargos de chefias em pastas. Até o momento conta-se 14 substituições ocorridas em cargos.

Ao início das trocas, alguns dos vereadores de Campo Grande, inclusive, assinaram uma lista concordando com a indicação do vereador Victor Rocha (PP) para substituir o secretário de Saúde, José Mauro Filho, porém a ideia não surtiu efeito. Até o momento, não houve grande participação do Legislativo em indicações para cargos no Executivo e cada um dos parlamentares opina diferente sobre as exonerações e indicações.

O presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges (PSB) vem defendendo que os Poderes devem ter sua independência, porém com bastante diálogo. Ele declarou à imprensa por algumas vezes que objetiva um bom relacionamento com o Executivo, e em sua visão, as trocas pontuais são aceitáveis, mas mandou recado indicando que aguardaria conversas e reuniões com a prefeita Adriane Lopes.

Conversas

Sobre o assunto, o vereador Júnior Coringa (PSD) disse ao Jornal O Estado, que as trocas da prefeita refletem no poder do partido junto à gestão. Ele destacou que Adriane Lopes deveria se reunir com vereadores para formar uma base sólida, o que segundo ele, ainda não ocorreu. “Estamos aguardando esse momento. E agora, ela realmente tomou pé que, realmente é a prefeita de Campo Grande. O mandato é dela, não tem mais o jogo político e nós como vereadores vamos fiscalizar. Agora, claro que nós queremos o bem de Campo Grande e não vamos chegar e tomar o espaço que é dela. Sou do PSD, e o partido tinha um número significante de secretários. O partido ainda não se reuniu para ver se vamos participar do governo ou não, então, estamos aguardando.”

Coringa pontua que aguarda aproximação da prefeita, e indica que ainda não sentiu esse retorno de Lopes. “Ela é independente e cabe a ela decidir quem vai por. Se ela quiser a participação da Câmara, tem que definir pelos partidos. Acho que ela deve chamar os partidos, e definir quem vai ser da base. O PSD era governo, e hoje não é mais, hoje do governo é o Patriota. Ela ainda não tem base sólida na Câmara, e ela tem que construir isso”, disse Coringa.

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) informou ao Jornal O Estado que a prefeita deve agir de forma independente, e fazer todas as trocas que achar necessárias. “Ela pode por quem ela quiser, mas nós precisamos que os serviços sejam executados, e que os serviços estejam funcionando. Eu cobro os secretários tanto de obras como o de saúde. Não é falta de cobrar o Executivo essas melhorias. O Podemos sempre votou daquilo que é a favor de Campo Grande. Sobre a prefeita, eu acredito que quem não sabe dialogar não serve para ser político. E estamos dialogando com a prefeita e a cidade que queremos e sonhamos. Acho que estamos na fase de encantamento, e buscar conhecer como é a administração dela.”

Guerreiro diz que as portas foram abertas também sob interlocução com o secretário de Governo, Mário César. “Ela abriu as portas. Estamos conversando com ela, e com o Mário César e isso é o necessário. A Câmara tem de participar, a exemplo disso, é o orçamento e nada mais justo que nós que estamos na ponta falar o que Campo Grande precisa. Com o diálogo com os vereadores a administração ganha, porque nós sabemos o que os bairros querem.”

Ayrton Araújo (PT) também concorda que as substituições são louváveis, já que a gestão pertence a Adriane, mas critica alguns pontos que estão falhando. “Indicar é prerrogativa dela. Então, ela pode colocar as pessoas de confiança dela. A prefeita está tomando pé das coisas, enxugando financeiramente e fazendo as trocas para melhor administrar. Mas estamos sentindo a falta da prefeita por conta dos buracos na cidade, a questão da saúde, que não é de agora. E o PT vai trabalhar de forma independente e até oposição se for necessário, mas com bom relacionamento republicano.”

Por outro lado, o vereador Marcos Tabosa (PDT), que já se declarou de oposição à prefeita, afirma que o secretário de Saúde deve ser trocado. Tabosa indica que problemas na pasta não podem mais ser tolerados. “Já passou da hora de trocar esse secretário. A saúde da cidade está um caos. É só ir a um posto de saúde e ver.”

Trocas

Secretaria de Governo

O primeiro da lista a ser nomeado foi o auditor fiscal da Receita Municipal de Campo Grande, Mário César, que assumiu o lugar de Antônio Lacerda, ainda no mês de outubro. Mário César disse que aceitou a missão e que faria a interlocução, diálogos entre os poderes e servidores e que principalmente ajudaria a prefeita Adriane Lopes a deixar a sua marca na administração. Na ocasião, o adjunto de Lacerda, Robison Gatti também foi exonerado.

Após o segundo turno das eleições, Lopes intensificou as exonerações e trocas, mas disse à imprensa que só trocaria quem pedisse e solicitasse a entrega do cargo.

Seges

Na Seges (Secretária Municipal de Gestão), a servidora de carreira, Maria das Graças Macedo assumiu o comando. Ela que já ocupou a função entre 2017 e 2018, ficou no lugar de Agenor Matiello, que foi exonerado assim como seu adjunto, Igor Peixotro.

Funsat

Na Funsat (Fundação Social do Trabalho) o novo diretor é Paulo da Silva [ex-assessor especial do gabinete da prefeita]. E o novo adjunto é João Henrique Lima Bezerra, que era coordenador do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) das Moreninhas assume como adjunto.

A prefeita exonerou o diretor Luciano Silva Martins e oadjunto João Marcelo Pereira.

Gabinete

A prefeita nomeou Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes para chefe de gabinete da prefeitura, em 1° de novembro. Thelma ocupava o cargo de secretária-adjunta da SAS, e foi exonerada para ocupar a vaga de chefe de gabinete.

Ela substituiu Alex de Oliveira Gonçalves, que foi lotado como assessor especial no gabinete no lugar de Cristiane Soares, exonerada.

Educação

Na Semed (Secretaria Municipal de Educação), assumiu o mestre em educação Lucas Henrique Bitencourt de Souza. Saiu a pedido, Alelis Izabel de Oliveira Gomes do cargo de secretária de Educação e passou a ocupar o posto de adjunta.

Bem-Estar Animal

Na Subea (Subsecretaria do Bem-Estar Animal), a prefeita nomeou Ana Luiza Lourenço de Oliveira Lima para ocupar a cadeira. Isso se deu, após o cargo de secretária ficar vago, pois a então secretária, Ana Cristina Camargo de Castro havia pedido afastamento.

O assessor governamental Bruno e Silva Nóbrega, que desempenhava a função de diretor adjunto, na Subea, também foi exonerado.

Assistência Social

Na SAS (Secretaria de Assistência Social), continua o secretário José Mário Antunes e Inês Auxiliadora Mongenot Santana foi nomeada para secretária-adjunta.

Inês Auxiliadores Mongenot Santana saiu da Superintendência de Proteção Social Básica. Foi exonerado também o gerente de Patrimônio e Almoxarifado, Ademir de Assis Valdez.

Juventude

Na Sejuv (Secretaria Municipal da Juventude) foi nomeado para o cargo de secretário Municipal da Juventude, Wilton Celeste Candelório, mais conhecido como “Leinha”. Ele ocupa o lugar da ex-secretária Laura de Miranda.

Como secretária-adjunta está a servidora concursada Michele dos Santos Ferreira. Ela ocupa o lugar de Nikythelms Cristoffer Guesso, que teve exoneração.

Na secretaria de Compras, o servidor Ralphi Cunha, foi exonerado, do cargo de chefia, mas continua na prefeitura.

Permanecem

Os secretários que permanecem na gestão são o de Obras, Rudi Fioresi; o secretário de Saúde, José Mauro Filho; de Finanças, Márcia Helena Hokama; diretor da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Janine de Lima Bruno.

Ao Jornal O Estado, Fiorese pontuou que a pasta continua a execução dos trabalhos na Capital, e que até o momento não houve trocas. “Cada gestor tem a sua maneira de trabalhar. O cargo sempre é de livre escolha da prefeita e eventual troca ou não depende dela.”

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado do MS.

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