Quando se trata sobre o uso e benefícios dos tratamentos de cannabis no país, há diversas opiniões em relação a diferentes patologias. No último dia (17), a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), se manifestou sobre o uso de cannabis no tratamento psiquiátrico alegando que as informações atuais sobre a eficácia ainda não são suficientes para apoiar o uso.
Segundo a Instituição que divulgou um artidgo as evidências científicas atuais não são suficientes para apoiar o uso de qualquer substância derivada da cannabis para o tratamento de doenças mentais.
Vários estudos associaram o uso de cannabis ao desenvolvimento e agravamento de doenças mentais como esquizofrenia, depressão e ideação suicida.
O artigo ainda alerta que alguns meios de comunicação brasileiros têm endossado estudos sobre os possíveis “benefícios” da cannabis, corroborando interpretações errôneas. Essa “publicidade positiva ” nos remete ao tempo em que os cigarros eram comercializados com a aprovação da mídia e até de parte da comunidade médica para atender interesses comerciais.
O Conselho Federal de Medicina autoriza o uso compassivo do CBD (canabidiol) apenas para crianças e adolescentes com epilepsia de difícil tratamento,
Assim como a ABP, a American Psychiatric Association não endossa o uso de cannabis para fins médicos: “não há evidências científicas atuais de que a cannabis seja de alguma forma benéfica para o tratamento de qualquer transtorno psiquiátrico.
O tratamento de qualquer condição médica deve ser baseado em evidências. Não há evidências científicas convincentes de que o uso de CBD ou qualquer um dos canabinoides contidos na cannabis possa ter qualquer efeito terapêutico sobre qualquer transtorno mental.
A ABP apóia todas as linhas de pesquisa na busca de novas soluções para doenças sem tratamento, desde que sigam todas as normas relacionadas à pesquisa científica.
Nenhum canabinóide foi registrado em nenhuma agência reguladora internacional para o tratamento de qualquer transtorno psiquiátrico.
No país o canabidiol apresenta possíveis benefícios terapêuticos no tratamento de doenças como ansiedade e doença de Parkinson, doença de Alzheimer e dor crônica. No entanto, ainda não há comprovação suficiente da sua eficácia para que seja indicado para o tratamento dessas doenças em muitos países.
No Brasil, a Anvisa criou uma categoria de medicamentos derivados da Cannabis que podem ser comercializados após aprovação da Agência e atualmente o canabidiol já é vendido no país, sendo necessária a apresentação de receita médica de controle especial.