Sistema israelense e geofonamento, colocam Capital entre as cinco cidades com menos perda de água potável

Equipamento de geofonamento utilizado na detecção de perdas, Rua Maracaju, centro da Capital
Foto: Marcos Maluf
Equipamento de geofonamento utilizado na detecção de perdas, Rua Maracaju, centro da Capital Foto: Marcos Maluf

Com investimento em softwares israelense, aquisição de equipamentos de geofonamento estadunidense e capacitação profissional constante, colocou Campo Grande entre as cidades do país que menos tem perdas de água potável. O índice de 19,32%, deixa a Capital longe da média, nacional que é de 36,32%, figurando entre as cinco cidades com menos perda.

Para manter este número baixo, a Concessionária Águas Guariroba, investe pesado em aquisição de novos sintemas, equipamentos e em IA (Inteligência Artificial). Na Capital o CCO (Centro de Controle de Operações), opera em tempo real e tudo relacionado a rede de distribuição e, inclusive, identificação de vazamentos é feita pelo Takadu, programa israelense referência no monitoramento do sistema de abastecimento.

Ao todo cerca de 10 colaboradores trabalham especificamente no setor de perdas e além deles outros 750 trabalham em conjunto para o programas de perdas da Águas Guariroba, tenha como resultado, um dos melhores índices de redução de perda do Brasil.

Processo de geofonamento identifica vazamentos

Com todo investimento em tecnologia de ponta é possível detectar, por meio do sistema de geofonamento, vazamentos em locais públicos e privados. O equipamento usado pela equipe de serviço externo é composto por uma tela e um bastão com microfone, todo o equipamento é sem fios e funciona via bluetooth.

Nossa equipe acompanhou um processo na Rua, Maracaju, o centro de Campo Grande. O serviço, que antes era feito somente no período noturno, por conta dos ruídos, foi executado durante o dia e em uma das principiais vias da cidade.

O vazamento era em frente a uma loja, mas a rede levava água para um apartamento que fica na parte superior do prédio. Em menos de 10 minutos o vazamento foi descoberto e as informações transmitidas para o CCO que abre uma Ordem e Serviço de reparos e então é iniciado o processo de sanar o problema.

Trabalhando há mais de 9 anos na área de saneamento, Ítalo Edson de Souza,(Gerente de Operações), diz que o índice recentemente divulgado pelo Instituto Trata Brasil é fruto do investimento em tecnologia de ponta, otimização de serviço e assertividade na prestação e execução do serviço e isso, com objetivo de manter o grupo que gere o abastecimento e distribuição de água, como referência em diminuição no número e volume de perdas.

A cidade conta com um Centro de Controle de Operações onde é possível gerenciar e controlar a distribuição de água no município. Foto: Marcos Maluf

“No CCO (Centro de Controle Operacional), conseguimos acompanhar todo o processo de caminho da água, desde a captação, tratamento e distribuição. A distribuição é toda monitorada por aqui com foco na diminuição de perda. Os controles de atuação de bobeamento de pressão dos sistemas de distribuição são todos controlados em tempo real”, explicou o gerente de operações.

Campo Grande é distribuída em 100 setores de abastecimento e a intenção da concessionária é dividir cada vez mais e deixar o campo de controle mais assertivo.

“Conseguimos ligar e desligar equipamentos a distância, monitoramos esses equipamentos e todas as informações das redes de distribuição, chegam aqui no CCO e temos uma série de sistemas automáticos, inclusive de inteligência artificial embarcada que faz análise do CCO, onde conseguimos otimizar a Operação. Isso é um ponto-chave para conseguir ter esse controle. Além disso, temos toda parte de programação de serviço e com isso a agilidade na identificação do local e execução do reparo de vazamentos seja rápida e fazendo com que isso impacte bastante nesses resultados”, descreveu Ítalo.

Caminhos da perda e execução do serviço

Por meio da tecnologia, o CCO (Centro de Controle de Operações), consegue identificar o setor onde há tendência de aumento de volume. Neste caso, ao receber a informação, o CCO encaminha para equipes de geofonamento uma Ordem de Serviço, inicia-se a resolução do problema. ” Neste caso enviamos uma equipe de serviço de geofonamento que, é geralmente feito durante a noite por ter um consumo de água menor e por ser mais fácil de ouvir os ruídos desse vazamento”, detalhou o gerente de Operações.

Aquisição de equipamentos e investimentos em sistemas

Ítalo Edson de Souza,(Gerente de Operações) do grupo, explica que é diária a preocupação com novas tendências de mercado, no que diz respeito a compra e investimento em inovação tecnológica, com objetivo de otimizar o serviço e ser acertivo.

“Recentemente adquirimos de equipamentos com desempenho excelente, com uma tecnologia embarcada que, permite realizar o geofonamento com ruídos ambientes, ou seja, durante o dia. O equipamento é bem sensível. Conseguimos trazer essa tecnologia adicional para encontrar vazamentos mais rápido. Além disso, temos uma série de projetos voltados a setorização. Quando falamos em setorização, estamos falando de dividir a cidade em vários pequenos trechos, onde conseguimos mandar aquela quantidade de água e monitorar o consumo”, disse.

A setorização é um projeto em constante desenvolvi meto, tudo isso para manter Campo Grande entre as cinco cidades que menos apresentam perdas. “Isso facilita na identificação desses vazamentos e otimiza nosso trabalho. Ao ter uma área muito extensa é mais difícil de identificar onde esta vazando. Quando conseguimos dividir em pequenos trechos, fica mais fácil a identificação, agilidade nos reparos e parte de identificação de fraudes no sistema de distribuição. Campo Grande tem, ainda, uma quantidade significativa de fraudes, então todo o processo de inteligência embarcada nos auxilia na identificação dessas fraudes”, avaliou.

Inteligência artificial

A compra de software com tecnologia embarcada pega todos os dados do CCO e faz todas a análise, baseado em IA e faz projeções de tendências de comportamento do sistema e prevê como será o consumo e distribuição de água em um determinado período. Em caso de divergência nos números, o sistema dispara um alerta. “Estamos vendo um processo em tempo real, com duas linhas que faz a projeção do comportamento do sistema. O mais interessante é que os dados chegam de campo e tudo acontece em tempo real. Se temos diferença nos números, identificamos um ponto de vazamento, onde começou o desvio padrão do sistema é identificado e manda comparativos, começa aí a resolução do problema”, informou.

Exemplo do sistema de monitoramento

A equipe do O Estado Online, o gerente de operações explicou um exemplo em tempo real da identificação de um possível vazamento
“Aqui estamos falando de volume de vazão, então existe uma tendência de vazamento de 5 mil litros hora nesta região. Neste caso temos uma programação de serviço de geofonamento noturno para identificar um possível vazamento. Aqui foi identificado 5,3 metros cúbicos de vazamento e uma equipe de geofonamento será encaminhada para fazer a análise”, explicou.

Para o gerente, a preocupação em buscar inovar vai além da compra de novo sequiamentos.

“A Águas Guariroba sempre teve essa preocupação em buscar e adquirir novas tecnologias e tendências para o seguimento, por exemplo, esse software que estamos falando que usamos aqui no coração de controle e monitoramento é de origem israelense. Nós, inclusive, realizamos processos com startaps, empresas na linha de inovação para sempre buscar tecnologias para o segmento”, avaliou.

Anualmente é realizado uma série de projetos pilotos com tecnologias novas ou em desenvolvimento e com tecnologias já implementadas. Desde startaps, até produtos consolidados no mercado. Hoje, a empresa testa em torno de 3 a 4 pilotos com equipamentos diferentes, sensores novos, tecnologias novas e inclusive um aparelho geofonico eletrônico com um sistema que escuta o ruído, manda para nuvem o que ele captou, roda inteligencia artificial na web e mostra se tem ou não vazamento.

“Então, já faz parte da tradição do grupo e sempre buscamos o que há de mais novo no mercado, para garantir e manter esse índice baixo. Pois chegar no indicador baixo é difícil e manter esse número é mais difícil ainda. Então faz parte do nosso dia a dia a busca incessante pela inovação e manter o controle de perdas aqui de Campo Grande. O segredo é o investimento em inovação tecnológica para se manter o padrão de indicie da avaliação. “, revelou o gerente.

Conjunto de ações com projeção de resultados positivos

Para o grupo, o investimento em tecnologia vai além e tudo é pensado como um conjunto de fatores que fazem o serviço rodar em consonância, fazendo com que isso traga celeridade no descobrimento e solução de perdas. Mais uma vez o gerente de operações explica o objetivo de tanto investimento.

“Sobre tecnologia não temos que pensar só em inteligências artificiais. Pensamos também em otimizar todo o sistema, de como chegar mais rápido, de como fazer a manutenção mais rápida. Rapidez na execução de serviços, melhores práticas como um todo, são resultados de nossa dedicação. Perdas não é só redução de pressão ou fiscalização, é o conjunto de ações. Então, as perdas são dividas em seis pilares, gestão de pressão, gestão de vazamentos, macromedição, medir as produções e distribuições frente ao volume de água que vai para a cidade, ou seja, o grande volume de água que vai para a cidade. Micromedição que é o consumo do cliente, fiscalização e gestão de infraestrutura. Substituição de redes, ramais”.

Segundo a empresa a renovação do sistema externo de distribuição fazem parte da rede de controle que deixa o serviço eficaz e rápido.

“Todos os programas que a concessionária faz desde a troca de rede ou de ramais também está atrelado a perdas. Fazer um reparo rápido é primordial, pois deixar um vazamento por vários dias impacta também no volume de perdas. Então é um conjunto de ações que faz com que o programas de perdas da Águas Guariroba, tenha como resultado, um dos melhores índices de redução de pedas do Brasil”.

Antes de implementar ou usar qualquer tipo de equipamento, ou tecnologia nova, testes são feitos, além de trenamento de pessoal.

“Sempre antes de qualquer implementação no sistema de novas tendências, testamos justamente para que nossa equipe se interaja. Temos um processo constante de reciclagem e treinamento dos colaboradores, para conseguir dar celeridade nesses sistemas, equipamentos e na prestação do serviço como um todo. Temos uma plataforma interna, o Academia egea, onde todos os colaboradores conseguem fazer os treinamentos e capacitações para melhoria do processo e de boas práticas, essa é uma preocupação intensa do grupo. Manter nossos colaboradores atualizados, capacitados e intuídos para garantira qualidade na prestação do serviço” informa a empresa.

Investimentos anuais

Anualmente a Águas Guariroba investe e faz projeções para que a cada ano a Capital seja conhecida nacionalmente com a cidade sem perdas. “Todos os anos há investimentos atrelados ao setor de perdas. Esse último ano tivemos a troca significativa de medidores. Os investimentos acontecem em atualização de sensores, troca de medidores, setorização, constantemente temos equipes em campo trocando redes, instalando válvulas redutoras de pressão. A equipes eletromecânicas dando manutenção nos ativos e os investimentos estão projetados, um exemplo é um projeto interno de refinar setorização e dos cem setores que temos hoje”.

Tela no aparelho utilizado para identificar vazamentos e transmitir as informações ao CCO.
Foto: Marcos Maluf

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