Vai sair de férias? Veja cuidados para evitar acidentes em piscinas, rios e balneários

Criança piscina
Imagem: Reprodução/Divulgação

Chegou o fim de ano e está aberta a temporada de festas e de férias, principalmente para a criançada, que gosta de aproveitar a estação mais quente do ano em piscinas, rios ou balneários para amenizar o calor. Porém o Corpo de Bombeiros faz um alerta: é preciso cuidado nesses locais para evitar afogamentos. 

Apenas entre 1º de novembro a 13 de dezembro, os bombeiros já atenderam oito ocorrências de afogamento em Mato Grosso do Sul, e em três delas a vítima veio a óbito. Em 2021, entre 1º de novembro a 31 de dezembro, foram 20 ocorrências, com seis mortes. Nos meses de janeiro e fevereiro do mesmo ano, foram contabilizadas 21 ocorrências por afogamento em MS, e cinco pessoas morreram.

Orientações

Segundo dados da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), a cada três horas uma criança no Brasil morre afogada dentro de casa. O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Antônio Cézar Pereira, explica que as crianças nunca devem ser deixadas sozinhas próximas a piscinas ou outros lugares com água.

“É preciso manter o contato visual durante todo o tempo que a criança estiver próxima da piscina. Inclusive, o uso de boias não exclui este contato visual. Pais precisam estar em estado de vigilância constante porque os acidentes acontecem, justamente, naqueles 30 segundos que a pessoa acredita que nada vai acontecer”, ressaltou o coronel.

O comandante também alerta as famílias que possuem piscinas em casa e recomenda que o local seja isolado.

“É preciso criar obstáculos para evitar que a criança chegue próximo da piscina. Existem grades, lonas, cercas, e tudo isso é importante para evitar a proximidade”.

Outra dica que pode ajudar em casos de acidente é deixar objetos flutuantes dentro da piscina. 

“Se a criança cair, ela pode se agarrar a uma boia ou a um macarrão. Isso vale para crianças maiores que já tem um certo reflexo”, disse.

Pereira também explica que o resgate rápido é crucial e que é preciso acionar o Corpo de Bombeiros com a maior urgência possível em caso de acidentes nas águas. 

“Neste tipo de ocorrência realizamos uma manobra técnica de respiração e o quanto antes ela for feita, mais chances a vítima tem de sobrevivência”.

Assim como o motorista da rodada, o coronel lembra que nas festas de fim de ano ou em outras confraternizações, é preciso que um adulto esteja de prontidão para tomar conta das crianças. 

“É importante que se tenha o ‘cuidador da rodada’, alguém que não irá consumir bebida alcóolica apenas para tomar conta das crianças”.

Outra preocupação é o uso do celular. “Muitos afogamentos acontecem com os pais ou responsáveis próximos à piscina. É um pequeno momento de distração e o celular é um dos campeões nesta situação”, alerta o coronel.

O zelo com as crianças deve incluir as mais velhas também para evitar outros tipos de incidentes, explicou o coronel. “Crianças e adolescentes costumam brincar, correr em volta da piscina e isso também pode gerar quedas e outros acidentes. Por isso é importante estar atento aos mais velhos”, esclareceu o coronel.

Balneários, Praias e Rios

Um fato que o Coronel aponta é que em grande parte dos afogamentos em praias e rios são de pessoas que sabem nadar. 

“Geralmente as pessoas querem atravessar o rio por desafio dos colegas ou por encorajamento próprio. Isso é altamente perigoso. A pessoa acha que tem capacidade física, mas muitas vezes já ingeriu bebida alcoólica, e, além disso, rios e praias são traiçoeiros. Não se deve arriscar, mesmo que se saiba nadar. Seja no rio ou no mar, o banhista deve se lembrar que debaixo d’água podem ter galhos, buracos, anzóis de pesca, coisas que podem ocasionar o afogamento”.

Em praias movimentadas, a sinalização indica quando há perigo de correnteza, mas em lugares afastados, pode não existir os sinais corretos para orientar os visitantes e banhistas. 

Outro alerta é sobre o salvamento feito nesses locais. “Em rios e praias o resgate só deve ser feito por pessoas que sabem nadar e que realmente estão preparadas para isso. Nesses casos, na maioria das vezes, a vítima tenta se agarrar na pessoa que está tentando fazer o salvamento e os dois podem acabar se afogando. Quando não há alguém preparado para o resgate, tente jogar uma corda, uma boia ou algum objeto que flutue.  Do contrário, os dois podem morrer afogados”.

Já nos clubes, o profissional salva-vidas é obrigatório, o que, segundo o coronel, ajuda na proteção, mas não impede que acidentes aconteçam. “Mesmo em clubes as crianças devem sempre estar sob a supervisão de adultos”.

Brasil

Em 2019, de acordo com a Sobrasa, morreram no Brasil 15 pessoas por dia, o que representou 5,5 mil óbitos só naquele ano. De acordo com este mesmo relatório, 59% das mortes de crianças, na faixa etária de 1 a 9 anos, ocorrem em piscinas, especialmente em residências.

Já acidentes com crianças maiores de 10 anos e adultos acontecem com mais frequência em rios, represas e praias. Crianças que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba em piscinas.

Ainda segundo dados da Sobrasa, o afogamento é a segunda causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos; a terceira causa de morte na faixa etária de 5 a 14 anos; e a 4º causa de óbito para adolescentes com idade entre 15 e 24 anos. Quase metade das mortes são registradas no verão, entre os meses de dezembro e março.

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