Uso de anticoncepcionais em cães e gatos pode causar câncer e prefeitura faz alerta

Foto: Divulgação/PMCG
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Muitos tutores fazem o uso de anticoncepcional para cães e gatos por ser mais barato e para evitar ninhadas, mas a utilização desse tipo de medicação pode causar diversos riscos para a saúde dos animais. O assunto é pouco discutido e até desconhecido por muitos, portanto a prefeitura alerta para os riscos do método.

Os hormônios anticoncepcionais não são métodos seguros para os animais, pois, além da baixa efetividade apresenta alta incidência de efeitos colaterais, especialmente aqueles de uso injetável. A maioria dos anticoncepcionais deve ser utilizada antes da paciente entrar no cio, ou seja, durante o período de inatividade sexual. Quando o medicamento contraceptivo é aplicado durante o cio, costuma apresentar menor eficiência.

Foi o caso da Pituca, uma cadelinha de 1 ano que foi levada à Subea (Subsecretaria de Bem-Estar Animal) com distocia fetal (ocorrência de anormalidades de tamanho ou posição fetal, resultando em dificuldades no parto). A tutora, Marinete Welika, disse que ministrou anticoncepcional injetável na cachorrinha, mas somente após o cio, que acabou emprenhando. “Ela é muito novinha, não queria castrar. Mas vendo ela passar por isso, fiquei com dó”, lamentou. Pituca chegou a expelir um dos filhotes ainda no consultório, mas já sem vida.

O veterinário da Subea, Edvaldo Sales, ressalta que não é indicado o uso prolongado ou contínuo de tais medicamentos, pois as cadelas são altamente sensíveis aos hormônios e desenvolvem reações negativas. Ele esclarece que além dos injetáveis, existem os comprimidos, de uso oral. Cada um deles possui um princípio ativo e ação contraceptiva diferente, mas, em sua maioria, agem bloqueando ou reduzindo a secreção dos hormônios reprodutores e interferindo em seu funcionamento normal.

“Alguns dos efeitos colaterais relacionados aos anticoncepcionais são tumores mamários, distúrbios uterinos, piometra (infecção uterina), incontinência urinária, alterações hepáticas e renais, diabetes, aumento do apetite, ganho de peso, entre outros”, lembra o veterinário.

Belinha chegou à Subea com um nódulo grande na mama. Após avaliação, ela foi encaminhada para UFMS, através do convênio que a Subsecretaria possui com a instituição para realizar a retirada.

“A melhor maneira de prevenir tumores e demais doenças do aparelho reprodutor, além do controle de gestações e ninhadas indesejadas, é a castração”, salienta Edvaldo.

Programa de castração

A Prefeitura de Campo Grande, através da Subea, mantém o programa de castração gratuita para cães e gatos, machos e fêmeas, com no mínimo 5 meses e máximo de 15kg. Para participar do programa de castração, o tutor interessado deve apresentar o número do NIS, documento de identidade oficial com foto e comprovante de residência.

São disponibilizados 15 senhas pela manhã, a partir das 7h30 e, 15 senhas à tarde, a partir das 13 horas. Ao comparecer na unidade da Subea, o tutor já deve levar o pet. O animal será avaliado e microchipado pela equipe veterinária e, estando apto para a castração, já sairá com o encaminhamento com o local, data e hora do procedimento agendado.

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