“O produto tem uma saída boa, até melhor que os outros”, aponta a gerente de um supermercado
A partir do dia 30 de abril, a comercialização do álcool 70% líquido voltará a ser proibida. A venda do produto havia sido autorizada em 2020 e prorrogada algumas vezes por causa da pandemia de Covid. Contudo, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) encerrou a validação da comercialização. Os mercados e farmácias visitadas pela equipe do jornal O Estado não estavam cientes da decisão, mas lamentaram a retirada do produto nas prateleiras e alegam que o álcool 70% sai disparado em relação aos outros porcentos.
A medida adotada pela Anvisa é um forma de precaução, de acordo com agência o produto é altamente inflamável, trazendo alguns riscos com seu uso. Em 2022, devido ao grande número de acidentes, o álcool 70% foi proibido, mas por pouco tempo, e agora os comerciantes têm até o final deste mês para acabar com o estoque.
O CFQ (Conselho Federal de Química) destaca que a eficácia na eliminação de fungos, bactérias e vírus depende mais da concentração do álcool do que de sua forma (líquido ou gel). Recomenda-se o uso de álcool a 70% para a desinfecção de superfícies e objetos e como antisséptico para a pele, dada sua eficácia balanceada entre segurança e poder desinfetante. Para a higienização das mãos, a versão em gel é preferível, pois se distribui mais uniformemente, evapora de uma forma mais lenta e, frequentemente, inclui ingredientes que hidratam a pele, prevenindo o ressecamento.
A reportagem visitou alguns locais para saber as medidas que serão adotadas com a proibição, todos os estabelecimentos não estavam cientes sobre a decisão da Anvisa, mas relataram que no estoque não havia mais o produto, pois era uns dos mais vendidos. “Não estamos sabendo dessa informação. Normalmente, quem repassa isso é a nossa central, até o momento eles não entraram em contato com a gente, mas quando esse caso acontece, eles pedem para retirar o produto da prateleira, separar no estoque com bilhete para não mexerem”, destacou o gerente de um dos mercados.
Em outro local, a gerente lamenta a proibição. “Uma pena essa regra, o produto tem uma saída boa aqui na loja”. Confirmamos a afirmativa quando verificamos as prateleiras do mercado, que tinha apenas uma garrafa de álcool 70%. Em outro não tinha nenhuma unidade e nas farmácias havia poucas unidades, a maioria em gel.
Questionado sobre o prejuízo para a empresa nessa situação, o gerente de um dos mercados informou que eles normalmente conseguem resolver o problema. “A empresa não perde o produto, nesses casos não temos prejuízo, mandamos de volta para o nosso fornecedor”.
Tanto o álcool líquido, quanto sua forma em gel, atuam como desinfetantes eficazes; no entanto, a versão em gel é considerada mais segura para uso. Isso ocorre porque o gel queima apenas na superfície, minimizando o risco de acidentes, ao passo que o álcool líquido possui um potencial explosivo mais alto e pode causar acidentes mais graves, incluindo queimaduras sérias, especialmente em ambientes domésticos e entre indivíduos vulneráveis, como bebês e crianças.
Por Inez Nazira
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