Aumento de R$ 0,10 vai prejudicar principalmente quem ganha um salário-mínimo
A partir de hoje (15), usuários do transporte público de Campo Grande pagarão R$0,10 a mais na passagem integral dos coletivos. O valor, que passa de R$ 4,65 para R$ 4,75, preocupa quem precisa se deslocar de ônibus todos os dias. Trabalhadores desempregados, informais e aqueles que ganham até um salário-mínimo, serão os mais prejudicados, confirmam economistas.
De acordo com o economista, Lucas Mikael o reajuste da tarifa do transporte público pode ter um impacto significativo nas finanças familiares, especialmente para aqueles com renda mais baixa.
Uma vez, que o aumento resulta em uma parcela maior do orçamento familiar sendo destinada ao transporte, reduzindo assim a disponibilidade de recursos para outras necessidades básicas, como alimentação e moradia. Além disso, pode afetar a mobilidade e acessibilidade, especialmente para aqueles que dependem do transporte público para chegar ao trabalho, escola ou para acessar serviços essenciais.
“Para alguém que já enfrenta dificuldades para atender às despesas básicas com um salário mínimo, esse aumento na tarifa pode significar ter que ajustar outras áreas do orçamento, cortando gastos em itens essenciais ou limitando atividades que dependem do transporte público, o que pode afetar sua qualidade de vida e mobilidade. Portanto, mesmo que pareça ser um aumento pequeno, para muitas pessoas com a renda mais baixa, cada centavo faz diferença no final do mês”, comentou.
O diretor-presidente da Agência, Odilon de Oliveira Júnior, confirmou o aumento e alega que poderia ter sido ainda pior. “A tarifa técnica é fixada através de uma fórmula paramétrica anualmente, o reajuste seria em R$ 0,15, mas prefeita Adriane Lopes conseguiu minimizar o impacto com reajuste de R$ 0,10”, disse Odilon de Oliveira ao Jornal O Estado.
Foi publicado ontem (13) no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), o reajuste de 2,94% na tarifa do transporte coletivo na Capital. Os dez centavos a mais devem começar a valer a partir desta sexta-feira.
Conforme a publicação da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), o reajuste foi aplicado através do Processo Regulatório n. 105769/2023-10, submetido à consulta do Conselho Municipal de Regulação e Controle Social.
Entrave continua
É importante lembrar que o Consórcio Guaicurus, que administra o transporte coletivo em Campo Grande, travou um embate com a Agereg na Justiça para aplicação do reajuste, que já estava defasado de acordo com o contrato firmado entre as partes. No último dia 7, a 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos deu parecer favorável à empresa e, caso o reajuste não fosse cumprido, a multa era de R$ 300 mil por mês à Prefeitura.
Em entrevista ao Jornal O Estado, o Consórcio alega que o reajuste ainda deixou a desejar.
“O Consórcio Guaicurus tomou conhecimento sobre o aumento da tarifa de ônibus pelo diário oficial, o qual será implementado, a partir de 15/03/2024, como determina a portaria nĐ 21 de 13/03/24. Entretanto, esclarece que a decisão judicial não foi cumprida na sua integralidade. Como parte do compromisso do Consórcio com a legalidade e a justiça, estamos empenhados em tomar todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento da lei. O reajuste não foi feito utilizando a data- -base de outubro, além disso não foi efetuada a revisão do contrato e o TAG firmado entre as partes perante o tribunal de contas também não foi respeitado”, sinalizou.
Descontos em datas comemorativas
A publicação traz ainda, na página 20, o desconto de 40% no valor da passagem em datas especiais, como Dia do Trabalho, Dia das Mães, Dia dos Pais e Aniversário de Campo Grande. Também que o troco máximo é de R$ 20 para compra de unidades nas estações PEG-FÁCIL.
Por Thays Schneider
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