Secretário promete mudanças radicais no Hospital Regional

Após rumores de greve dos funcionários, Geraldo Rezende fala sobre mudanças em 2020

O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, prometeu ‘mudanças radicais’ no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) a partir do próximo ano. Pouco mais de um mês depois da troca de diretoria, o hospital quase teve seu atendimento suspenso pela greve dos servidores, que alertam para as condições de trabalho precárias no local. A última situação de grande repercussão foi a necessidade dos funcinários e bombeiros fazerem transporte de pacientes e até de corpos utilizando as escadarias porque os elevadores não funcionam. “Essas mudanças serão aplicadas desde a forma de governança até reestruturação do prédio, que vai do subsolo até o último andar”, disse Geraldo.

O secretário ressalta que a paralisação proposta pelo Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul) não se baseia em um motivo determinado, ou seja, sólido para que os servidores parassem com as atividades. Para ele, a intervenção judicial acatada pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) foi necessária, pois o hospital é de grande relevância para atendimentos aos SUS (Sistema Único de Saúde), em Campo Grande, e, com efetivo parado, haveria uma defasagem de atendimento. “Acontece que essa paralisação vai afetar o atendimento, a população, eu vejo que o sindicato está propondo isso pra ganhar mídia, pois é uma ‘greve por greve’. Um movimento desse no fim do ano é descabível, estamos sempre dispostos a abrir canais de negociação, mas, veja, só existem diversos problemas no hospital e o Sintss-MS não põe isso em pauta, mas em relações a outras coisas eles sempre batem em cima. O elevador está quase 11 meses com defeito e parou de vez, te digo de antemão que não foi falado para nós”, disse o secretário.

A liminar concedida pelo desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte aponta que no texto enviado pelo sindicato há ilegalidades e abusividade no movimento. Foi proibido qualquer ato de paralisação no hospital, tendo previsto que se quisessem continuar, seria aplicada uma multa diária no valor de R$ 50 mil, além de corte na folha salarial dos trabalhadores que aderirem a greve.

No documento feito pelo TJMS, o governo pontua que a paralisação dos serviços implica em cerca de 352 leitos ‘vazios’, impossibilitando a população de ter acesso as 45 especialidades médicas essenciais, que são de média e alta complexidade, sendo oferecida somente pelo SUS junto ao HRMS. Um dos trechos ressalta que a falta desses serviços podem levar milhares de pessoas a morte.

O que o sindicato alega

Por outro lado, o Sintss-MS relata que os servidores se reuniram diversas vezes nas assembleias gerais, tentando buscar uma conciliação com o governo do Estado. Sem acordo, os trabalhadores decidiram por paralisar o atendimento por tempo indeterminado. Um dos motivos é a falta de efetivo no hospital, que trabalha em sistema de sobrecarga em algumas áreas. Além disso, os representantes da categoria alegam falta de insumos, tendo a equipe médica que trabalhar com risco e também oferecendo margem de erros para população.

O presidente do Sintss-MS, Ricardo Bueno, fala que a intervenção judicial é uma amostra de que o governo do Estado não propõe uma conciliação justa, reconhecendo que o hospital é de extrema importância para Campo Grande, mas não aceita os acordos. “Isso é contraditório, pois no documento, eles reconhecem que o HRMS é importante para a Capital, pois é prioridade do SUS e tudo mais, mas o secretário fala pra mídia que aqui é um lugar improdutivo. Defende as terceirizações, mas não entende que um funcionário não pode trabalhar com incertezas. Eles estão criando soluções, que nós não vemos como soluções, isso é como tampar o sol com a peneira”, pontua Bueno.

A administração do HRMS diz que foi informada pelo Sintss-MS no dia 5 deste mês que haveria uma assembleia para decidir sobre a possibilidade de paralisação por tempo indeterminado, mas não houve outro comunicado do sindicato, informando sobre a greve nos serviços essenciais.

(Texto: Graziella Almeida)

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