Professores e profissionais da educação tomaram as ruas de Campo Grande na manhã desta quarta-feira (23) em um ato massivo em defesa da educação pública, com foco na valorização profissional, realização de concursos públicos e contra a precarização do ensino.
A mobilização, que integra a 26ª Semana Nacional de Promoção e Defesa da Educação Pública, organizada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), contou com coordenação local da Fetems e do ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública).
A concentração começou às 9h na Praça do Rádio Clube, e seguiu em caminhada até a Rua 13 de Maio, ocupando parte da Avenida Afonso Pena com faixas, cartazes, carro de som e palavras de ordem. Segundo estimativa da Guarda Civil Metropolitana, cerca de 9 mil pessoas participaram da manifestação.
“Vamos às ruas para mostrar que a luta pela educação pública é coletiva”, afirmou Gilvano Bronzoni, presidente da ACP. Ele destacou que a mobilização é parte de uma agenda maior de debates e ações que seguem ao longo da semana. “Hoje à tarde teremos uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o Plano Nacional de Educação, que precisa de uma revisão urgente.”
Entre as principais reivindicações estão:
– Cumprimento do Piso Nacional do Magistério, ainda descumprido por muitos gestores;
– Realização de concursos públicos para reduzir a contratação temporária;
– Combate à terceirização do ensino, apontada como um risco à qualidade e à equidade na educação.

Foto: reprodução/redes sociais/ACP
A vice-presidente da Fetems, Deumeires Morais, chamou atenção para o alto índice de professores temporários na rede estadual. “Hoje, 49% dos docentes são contratados temporariamente. Isso afeta a continuidade do ensino, enfraquece a carreira e precariza as condições de trabalho”, declarou.
Os manifestantes também defenderam a valorização de profissionais administrativos, educadores da educação especial e formadores da cidadania, reforçando que o serviço público deve permanecer nas mãos do Estado. “Terceirizar é concentrar recursos e poder, enquanto se fragiliza a estrutura que garante um ensino de qualidade”, acrescentou Bronzoni.
O ato desta quarta foi marcado pela presença de caravanas vindas de diversas cidades do interior de Mato Grosso do Sul, mostrando a união da categoria em defesa da escola pública. A mobilização segue ao longo da semana com novas ações e encontros em todo o Estado.
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