Prevista para reabrir as portas ontem (15), a Procon-MS decidiu não retomar o atendimento ao público em Campo Grande, após o assassinato de um empresário durante audiência de conciliação, na última segunda-feira (13), nas dependências do prédio. Contudo, de acordo com a Sead (Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos), a rotina de trabalho na Procon estadual foi retomada, priorizando os procedimentos administrativos internos.
Conforme a Sead, os atendimentos à população, que porventura forem remarcados, serão feitos sem prejuízos aos cidadãos. “Preocupada com o bem-estar dos servidores, a secretaria destaca que disponibilizou respaldo psicológico e já iniciou tratativas para resolução de uma série de demandas internas do órgão, com intuito de melhorar as condições de trabalho e a segurança no local”, informou em nota. Os serviços prestados pelo site da Procon seguem com as demandas normalmente.
Apesar de não estarem atendendo a população, muitos dos consumidores que tinham agendamento marcado para esta semana compareceram ao local para tirar dúvidas. Desde o ocorrido, a falta de segurança no prédio da Procon estadual tem sido debatida pelos campo-grandenses. A equipe de reportagem de O Estado esteve na unidade, ontem (15), e constatou que a população está receosa após o ocorrido.
Para o motorista Denivaldo Garcia, 55 anos, o problema foi a falta de informação, por parte do órgão. “Foi repassado que eles voltariam a atender quarta-feira, e chego aqui não estão recebendo ninguém. Pediram para que eu voltasse na parte da tarde, mas não tenho essa disponibilidade para ficar vindo aqui. Precisamos de informações verdadeiras”, reclamou.
O aposentado Pedro Salgado, 74 anos, também tinha uma audiência de reconciliação marcada para o mesmo dia em que ocorreu o assassinato do fornecedor. Diante da situação, seu agendamento foi cancelado, sem data definida para acontecer. “Vim porque passaram que voltariam a atender, mas vim com receio. Mesmo sem atendimento à população não tem um guarda. A gente fica com medo, porque poderia ser com qualquer um. No mínimo tinham que colocar detector de metal no prédio, para a segurança de todos. Não queremos esperar pelo segundo caso”, lamentou.
Relembre o caso
O empresário Antônio Caetano de Carvalho, 67, foi morto a tiros durante uma audiência de conciliação na sede da Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul), localizada na Rua 13 de Junho, na manhã da segunda-feira (13), na Capital.
O crime teria sido motivado por uma dívida de R$ 630,00 relacionada com a garantia de um motor, pois a vítima era proprietária da Aliança Só Hilux, uma loja de autopeças especializada em camionetes, localizada na Vila Progresso. O autor dos disparos é um subtenente reformado da Polícia Militar e foi identificado como José Roberto de Souza. Ainda ontem (15) existia a expectativa de que ele se apresentasse na delegacia, contudo, até o fechamento desta edição, ele não compareceu.
Por Brenda Leitte – Jornal O Estado do MS.
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