Pesquisa aponta que ciclovias estão relacionadas com a redução das mortes de ciclistas no trânsito

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

União repassa mais de R$4,7 milhões neste ano para a reforma de ciclovias em Campo Grande 

Investimento de R$ 4,8 milhões será repassado para a reforma de ciclovias, em Campo Grande. Desses, R$ 4.785.919,00 correrão à conta da União Federal por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela CEF (Caixa Econômica Federal). Sendo R$ 14.081,00 desse montante contrapartida do município. Pesquisa desenvolvida pelo psicólogo do Trânsito e chefe da Divisão de Estatística da Agetran, Renan da Cunha Soares Junior, aponta que a construção de ciclovias está diretamente ligada à diminuição de mortes de ciclistas.

A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) indicou que as ciclovias que serão reformadas são: Prosa, na avenida Nelly Martins e Parque Sóter e a região do Segredo, na avenida Cônsul Assaf Trad. Agora, caberá à Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) elaborar o projeto, que terá que passar pela aprovação da CEF.

Em Campo Grande, atualmente, são 105 km de ciclovias e ela se faz importante, uma vez que garante a segurança para os ciclistas, evitando acidentes e mortes. “A ciclovia vem atender aquilo que hoje a gente tem de mais moderno no mundo, que é o que se chama de sistemas seguros, ou seja, que a via seja igualmente segura para todos os seus ocupantes. A ciclovia vem justamente para transformar esse ambiente em um lugar mais seguro para o ciclista. Quando há um sistema em que a ciclovia não existe e passa a ter esse lugar demarcado, próprio, específico e seguro, para que o ciclista possa ocupar, você tem uma minimização do conflito entre os usuários da via que pedalam e aqueles que estão conduzindo os veículos automotores”, explica.

Além disso, a questão ambiental está igualmente envolvida, já que com mais pessoas adotando bicicletas na sua rotina, trocando carros e motos por elas, há menos poluição no mundo. Renan reafirma como a faixa é fundamental para essas e outras questões.

“Essas modificações no ambiente, que é o que a psicologia ambiental, aliada à psicologia do trânsito, nos mostram nos estudos, que quando um ambiente é seguro e preparado, as pessoas passam a usar mais esse espaço. Isso, para nós, é um ganho. Ou seja, quanto mais transporte ativo tivermos, melhores serão os condicionantes de saúde, melhor é a questão ambiental, ou seja, quanto mais o ambiente se torna seguro e possível de ser utilizado ativamente, seja por meio do caminhar ou, nesse caso, por meio da utilização da bicicleta, melhor para o conjunto, não só para quem utiliza esse modal de transporte, mas para todas as pessoas de uma forma geral e também ao incentivo. Há uma iniciativa de aumentar esse tipo de uso por parte da população.”

O músico, comerciante e ciclista Machsoell Nantes, 26 anos, revela que andar onde existe a faixa é muito mais seguro. Ele comenta ainda que sem essa sinalização, falta respeito por parte dos motoristas. “Investimento na ciclovia é muito importante. Alguns lugares de Campo Grande não possuem a ciclovia e ela traz uma segurança. Como eu ando em lugares que tem e que não tem ciclovia, quando não há a faixa exclusiva o risco é maior, porque carro anda em faixa que não pode, ou estacionado onde não deveria, o que causa até uma indecisão, se o ciclista deve subir na calçada, onde tem pedestre, ou se vai pela rua, que tem o carro do lado. É bem complicado”, contou.

Mortes

Em 2023, na Capital, três ciclistas perderam a vida no trânsito, todos ainda no primeiro semestre do anopassado. Houve uma
queda de 50% se comparado com o ano de 2022, quando foram registradas seis mortes, sendo quatro delas no segundo semestre.

Por Inez Nazira 

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