Parque Ayrton Senna receberá ação do CCZ em alusão ao Dia Mundial de Combate a Raiva

Foto: Divulgação
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Em alusão ao Dia Mundial de Combate a Raiva, celebrado amanhã (28), o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), irá realizar ação educativa e de conscientização sobre a Raiva. Com o tema ‘Raiva: Todos por Um, Saúde Única para todos’, a mobilização será no Parque Ayrton Senna, bairro Aero Rancho, das 8h às 12h.

Haverá exposição de material educativo, vacinação antirrábica de cães e gatos, entre outros serviços disponibilizados por instituições parceiras.

Conforme a médica veterinária da CCZ, Maria Aparecida Conche Cunha, o objetivo é conscientizar a população quanto à transmissão da Raiva, como evitar a exposição e o que fazer se exposto. Ela lembra que a vacinação de cães e gatos é a maneira mais confiável, sustentável e de custo eficaz para prevenir a raiva nas pessoas.

“A Raiva é uma doença viral que é transmitida através da saliva ou tecidos do sistema nervoso de um mamífero infectado para outro mamífero, geralmente através de uma mordedura ou arranhadura, tendo uma das taxas mais altas de mortalidades de todas as doenças infecciosas. Uma vez que um indivíduo apresente os sintomas, considera-se ser 99,9% fatal. A forma mais eficaz de proteger os animais é através da vacinação, que é oferecida de maneira gratuita”, diz.

A vacinação de cães e gatos protege os animais e interrompe a transmissão para as pessoas. Mas, apesar da existência de uma solução relativamente eficaz para controlar a doença, pessoas e animais ainda estão morrendo por causa da raiva.

Raiva no Brasil

No período de 2010 a 2023, até o momento, foram registrados 47 casos de raiva humana no Brasil. Desses casos, nove tiveram agressões provocadas por cães, 24 por morcegos, cinco por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos, um por bovino e em dois deles não foi possível identificar a espécie de animal agressora. Na série histórica de casos de raiva humana no Brasil, apenas dois casos evoluíram para cura, os demais evoluíram para óbito, segundo informações do Ministério da Saúde.
Raiva em Campo Grande

No município de Campo Grande o último caso de Raiva Humana foi registrado em 1968. Já em cães e gatos, o último registro havia sido no ano de 1988, onde após 23 anos, ocorreu no ano de 2011 um caso isolado de Raiva Canina, cujo cão adquiriu a doença através do contato com um morcego contaminado com o vírus. A partir de 2001 houve uma intensificação na vigilância de quirópteros, com um total de 72 exemplares diagnosticados positivos para Raiva, até o mês de setembro deste ano.

“Porém é importante salientar que no Estado do MS, no ano de 2015, houve um surto de Raiva canina e felina no município de Corumbá, o que infelizmente ocasionou em um caso fatal de Raiva Humana”, diz a médica veterinária.

Vacinação

Até o ano de 2005 a Campanha de Vacinação Antirrábica Animal no município era realizada em um único dia do ano, em pontos estratégicos distribuídos pela cidade, porém a meta de vacinar no mínimo 80% dos animais não vinha sendo alcançada.

A partir de 2006 a Campanha de Vacinação começou a ser realizada juntamente com o Inquérito Censitário Canino para diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina, por meio da estratégia de visitação casa a casa, onde vem obtendo uma melhor cobertura vacinal.

Em 2023, a Campanha de Vacinação teve início no dia 05 de julho, com previsão de término para dezembro deste ano. “O que nos chama a atenção é que somente neste ano, foram registrados sete morcegos positivos para Raiva encontrados na zona urbana do Município. Vale lembrar que não há registro de morcegos hematófagos habitando a zona urbana de Campo Grande, o qual se limita apenas à zona rural do município”, destaca a veterinária.

Dos sete exemplares positivos deste ano, cinco pertenciam à família dos insetívoros (se alimentam de insetos) e dois dos frugívoros (se alimentam de frutas). “Portanto, tais espécies também podem se contaminar com o vírus da Raiva, pois vivem em colônias e, consequentemente, transmitir a doença acidentalmente a outro mamífero. O maior problema se encontra no fato de que se um cão ou gato não vacinado contra a Raiva entrar em contato com um morcego contaminado, pode ser realizada a transmissão do vírus do morcego ao animal e consequentemente ao homem. Daí a importância de manter cães e gatos vacinados contra a Raiva regularmente”, complementa.

Dia Mundial da Raiva

O dia 28 de setembro é lembrado como Dia Mundial de Combate à Raiva, em razão do aniversário da morte de Louis Pasteur, que desenvolveu a primeira vacina contra a raiva e lançou as bases para a prevenção da raiva como a conhecemos. A doença foi documentada pela primeira vez na Babilônia, de 2.300 aC.

Esse é o único evento mundial voltado para a prevenção da Raiva, onde diversos países desenvolvem atrações para demonstrar a necessidade de realizações de ações de combate a esta doença devastadora, mas ao mesmo tempo, de fácil prevenção.

A campanha inaugural no dia 8 de setembro de 2007 envolveu a participação de quase 400.000 pessoas de pelo menos 74 países, realizado por uma organização internacional sem fins lucrativos, a Aliança Global para Controle da Raiva – GARC, para criar uma oportunidade mundial para as pessoas se unirem na prevenção da doença. Desde então, tem crescido ano a ano, com centenas de milhares de pessoas na organização e participação em eventos locais, regionais e nacionais, no dia ou próximo ao dia 28 de setembro ou em outras épocas do ano também.

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