Pantaneiros dizem que já sabiam do risco da catástrofe

“Sinais de uma seca severa surgiram no primeiro trimestre”, disseram

Representantes de organizações não governamentais (ONG) e entidades que atuam no Pantanal para minimizar os efeitos da seca e do fogo que já destruiu 3,461 milhões de hectares do bioma, disseram hoje (2), em audiência virtual realizada pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que os sinais de que a região enfrentaria uma seca severa, com maior risco de incêndios, foram notados ainda no primeiro trimestre do ano. Eles afirmaram que, apesar de pedir providências às autoridades responsáveis, pouco foi feito.

“Por intuição, sabíamos que esta catástrofe iria acontecer”, disse o membro do Comitê Popular do Rio Paraguai e da ONG Fé e Vida, Isidoro Salomão. “Somos pantaneiros e pantaneiras e, desde que nascemos, vivemos nesta região da forma como o Pantanal nos permite viver”, acrescentou.

Ele ressaltou que, já em fevereiro, algumas minas d´água de Mato Grosso estavam secas quando habitualmente deveriam estar abastecidas

“Já começávamos a conviver com a seca. E agora, estamos vivendo em um Pantanal de fogo, um Pantanal que traz todas as contradições possíveis. Não basta chegar aqui com muito dinheiro e fazer um tipo de trabalho que empobreça região. Para nós, está claro que combater o fogo exige o combate a certas formas de exploração]”, disse.

Coordenadora técnica do Instituto Homem Pantaneiro, a bióloga Letícia Larcher relatou que os brigadistas do instituto que administra a Reserva Particular do Patrimônio Natural Eliezer Batista, na Serra do Amolar, no Mato Grosso do Sul, começaram a combater os primeiros focos de incêndio em fevereiro.

A bióloga lembrou que não há previsão de chuva para os próximos dias e destacou a  necessidade de esforços coordenados de trabalho preventivo.

“Para o ano que vem, temos que atuar na prevenção. Considerando que o Pantanal está permanentemente sob efeito de ciclos e que a previsão para os próximos anos é de secas ainda mais intensas, teremos que contar com brigadas permanentes, equipadas e capacitadas a fazer o primeiro combate ao fogo.”

(Com informações: Agência Brasil)

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