Onda de calor pega MS de “mansinho” e reforça verão nunca antes visto no Estado

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Foto: Saul Schramm/Governo de MS

A letra “sou eu bola de fogo” nunca fez tanto sentido. Proveniente do Sul do país e com direção ao centro-sul de MS, uma massa seca e quente foi o quadro dado pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para esta semana – agora mais do que confirmado. Com maior intensidade entre a sexta-feira (14) e terça (18) da semana que vem, as temperaturas vão subir de “mansinho” até chegar aos esperados 39ºC em cidades como Naviraí, Amabai, Novo Horizonte do Sul, Dourados e até mesmo Bonito, Ponta Porã e Sidrolândia. Claro que Campo Grande também não está de fora dessa.

O Estado Online conversou com o meteorologista Natálio Abrahão para entender a configuração climática do evento. Com mais de 50 anos de profissão, ele garante: “este verão já está sendo bem diferente de todos os outros anteriores. Só nos 10 primeiros dias de janeiro, a Capital nem chegou aos 50 milímetros de chuva. Estamos em 47 mm, longe dos 212 apurados na média histórica para a estação”, assegura.

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Mapa mostra RS em vermelho e parte de MS também, com intensidade no centro-sul do Estado. Foto: SMAC/Climatempo

Segundo Natálio, a onda de calor, que tem seu centro localizado no estado do Rio Grande do Sul – sobrevoando os estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e até pelo leste paraguaio, centro-sul argentino e sul uruguaio –, não terá a mesma condição em MS, porém vai “descolar” valores mais altos nos termômetros.

“Isso sem falar da falta de chuva. Como ela é seca e quente, potencializada pelo La Ninã [fenômeno natural proveniente das águas do Pacífico] e por um sistema de 10 mil metros de altitude que bloqueia sua passagem, a tendência é que fique por muito mais tempo”, explica o meteorologista.

Para quem não acredita em mudança climática, eis uma prova: o janeiro seco já espera pela queda na safra de milho até o fim do verão. Atualmente, a expansão agrícola está na casa dos 3 a 7% de produção. “É uma conexão de eventos físicos na atmosfera que busca pelo reequilíbrio. Enquanto isso não vem, somos nós que sofremos aqui embaixo”, finaliza Natalio.

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